Celso de Mello avalia ameaças de Bolsonaro ao STF como 'inconsequentes'

Ministro aposentado do Supremo descarta risco de ruptura, mas afirma que 'enquanto houver cidadãos dispostos a submeter-se e a curvar-se ao arbítrio e à prepotência do poder, sempre haverá vocação de ditadores'

Foto: ESTADÃO CONTEÚDO
Celso de Mello. ex-ministro do STF

Em meio às ameaças do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que irá apresentar ao Senado pedidos de impeachment contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, o ministro aposentado Celso de Mello disse ao GLOBO, nesta terça-feira, ver a declaração como "inconsequente".

"Trata-se de uma declaração inconsequente e de uma pretensão temerária inteiramente destituída de razão legítima!", afirmou o ex-decano ao GLOBO, às vésperas do encontro entre o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e o presidente do Supremo, Luiz Fux, para tratar da mais recente crise entre os Poderes.

Questionado pela reportagem se vê riscos de uma ruptura institucional diante dos últimos ataques feitos por Bolsonaro ao Judiciário e às declarações feitas por integrantes do governo sobre o uso do artigo 142 da Constituição Federal, Celso é taxativo: "Estou certo de que não haverá ruptura institucional , eis que há, nos Poderes da República, pessoas sensatas, responsáveis e conscientes da necessidade de preservar-se a integridade da ordem constitucional fundada em bases democráticas !".

Na matéria completa, exclusiva para assinantes , o ex-decano avalia papel das Forças Armadas.