Perdeu a CPI da Covid? Veja o que rolou na semana

Helcio Bruno, presidente da ONG Instituto Força Brasil

Na terça-feira, 10, foi ouvido o apontado por intermediar as negociações irregulares da Davati Medical Supply com o Ministério da Saúde para compra de supostas 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca.

Divulgação/Agência Senado/Jefferson Rudy

"Dos dois lados do balcão"

Negando pedido de vantagem na compra das vacinas, Helcio Bruno, que é coronel da reserva do Exército Brasileiro e já atuou em setores de inteligência e na proteção de presidentes brasileiros, disse que foi enganado pela Davati. A senadora Simone Tebet (MDB-MS) afirmou que ele "atuou dos dois lados" para obter vantagens e também que o instituto dele propagou fake news sobre o tratamento precoce.

Divulgação/Agência Senado/Edilson Rodrigues

Jailton Batista, diretor da Vitamedic

Já na quarta-feira, 11, o foco foi a farmacêutica Vitamedic, produtora de ivermectina que aumentou exponencialmente seus lucros na pandemia. A empresa patrocinou propagandas em favor do tratamento precoce, com o uso de medicamentos sem eficácia cientificamente comprovada contra a Covid-19.

Divulgação/Agência Senado/Jefferson Rudy

Sem estudos

Jailton Batista informou que, a pedido da Associação Médicos pela Vida, a Vitamedic pagou R$ 717 mil em propaganda do tratamento precoce sem antes fazer nenhum estudo sobre os remédios. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), porém, disse que Jailton era o "placebo" e não o "princípio ativo" e que a CPI deveria ouvir o dono da empresa, não o diretor.

Jefferson Rudy/Agência Senado

Ricardo Barros, líder do governo na Câmara

Na quinta-feira, 12, o deputado federal líder do Governo Bolsonaro na Câmara tentou se defender das acusações de envolvimento no caso da compra iregular das vacinas da Covaxin. Barros sustentou uma versão diferente da defendida em depoimento pelo também deputado Luis Miranda (DEM-DF). Ele disse que Bolsonaro não o citou como envolvido no caso, mas questionou se ele teria relação.

Divulgação/Agência Senado/Jefferson Rudy

"Grande mal-entendido"

Sustentando a ideia de que tudo não passou de um "mal-entendido", Barros irritou os senadores. Ele disse que a CPI afastou farmacêuticas que poderiam vender mais vacinas para o Brasil. Após a acusação e suas tentativas de mudar o que foi dito em outros depoimentos sobre ele, Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI, suspendeu a sessão. Barros deve voltar a ser ouvido, mas na condição de convocado.

Agência Senado