Voto impresso: Poderes buscam 'saída da crise' após votação do projeto na Câmara
Congresso Nacional, Judiciário e Governo Federal articulam possíveis mudanças no sistema eleitoral caso a proposta não seja aprovada no plenário da Câmara dos Deputados; Entrave para o acordo seria a dificuldade de controlar o presidente Jair Bolsonaro
Membros do Governo Federal, líderes partidários no Congresso e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), conversam ativamente para encontrar possíveis 'saídas' que possam conter a crise instalada entre os Poderes após os ataques do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a respeito do 'voto impresso'. A proposta deverá ser votada pelo plenário da Câmara dos Deputados na próxima quarta-feira (10) e a base governista já admite não ter os votos necessários para a sua aprovação. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
Uma das soluções debatidas pelos Poderes seria o aumento no número de urnas eletrônicas que passariam a ser submetidas ao teste de integridade. Isso aumentaria o nível de confiança do eleitorado na lisura do pleito e faria com que a narrativa de Bolsonaro tivesse sido bem sucedida. A negociação tem sido capitaneada pelo presidente da Casa, Arthur Lira e pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, ambos líderes do centrão.
O que pode atrapalhar o possível 'acordo' seria o próprio presidente da República. Bolsonaro passou a adotar uma agenda de ataques a Alexandre de Moraes, ministro do STF, e Luís Roberto Barroso, magistrado da Suprema Corte e presidente do TSE. Porém, na última motociata realizada por Jair, no último domingo (08), em Brasília, não houve registro de falas depreciativas dos ministros por parte do mandatário.
Nesta segunda, Lira irá almoçar com integrantes do governo para debater sobre o tema. A expectativa é de que o plenário do Congresso não aprove o projeto de lei, pois seriam necessários 308 votos em dois turnos.
Há quem diga que, hoje, a proposta não conte nem com 150 deputados favoráveis. Após a aprovação, o projeto iria ao Senado e teria de ter o aval de 49 senadores, também em outras duas votações. Tudo isso teria de acontecer até o fim de setemrbo para valer nas eleições de 2022.