Caso Covaxin: Saúde impõe sigilo em documentos relativos à compra do imunizante

Registros de negociação com suspeita de irregularidades das vacinas contra o novo coronavírus já foram entregues à CPI da Covid

Foto: Reprodução
Ministério da Saúde impõe sigilo em documentos relativos a compra do imunizante

O Ministério da Saúde colocou sob sigilo os documentos que tratam da aquisição de vacinas da Covaxin, negociação com suspeitas de irregularidades que vem sendo investigada pela CPI da Covid no Senado . Os documentos foram entregues em julho à comissão parlamentar, porém a pasta decidiu restringir o acesso público em resposta a um pedido feito por meio da Lei de Acesso à Informação em junho. A informação foi antecipada pela revista Crusoé e confirmada pelo Globo.

No dia 6 de agosto, o Ministério da Saúde respondeu que o acesso aos documentos encontra-se "suspenso e restrito no momento" por ainda estarem em fase “preparatória" que é quando o processo está tramitando no órgão.

Porém, a própria pasta anunciou no dia 29 de julho que tinha cancelado o contrato da Covaxin com a Precisa Medicamentos, ex-intermediária da Bharah Biotech no Brasil.

Ainda segundo a resposta da Saúde, por ser documento "preparatório", as informações nele contidas "constituem fundamento de tomada de decisão, podendo sua divulgação prejudicar o andamento".

O Ministério ressalta ainda que a suspensão do acesso "não caracteriza sua conclusão e encerramento".


O contrato com a empresa passou a ser alvo da CPI da Covid após os depoimentos do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e do irmão dele, o servidor do ministério Luis Ricardo Miranda. Eles apontaram irregularidades e indícios de corrupção, que estão sendo apurados pela comissão no Senado.