TSE desmente Bolsonaro sobre contagem de votos de maneira "secreta"
Em nota, a Corte disse que as urnas são apuradas de maneira automática e que o resultado pode ser "facilmente confrontado por qualquer eleitor, com os dados divulgados pelo TSE na internet"
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desmentiu o argumento dado pelo presidente Jair Bolsonaro ontem (22) de que a contagem de votos fosse feita "por meia dúzia de pessoas, de forma secreta, em uma sala do TSE". Em nota, o TSE diz que a apuração é feita "automaticamente pela urna eletrônica logo após o término da votação".
"Nesse momento, a urna imprime, em cinco vias, o Boletim de Urna (BU), que contém a quantidade de votos registrados na urna para cada candidato e partido, além dos votos nulos e em branco. Uma das vias impressas é afixada no local de votação, visível a todos, de modo que o resultado da urna se torna público e definitivo. Vias adicionais são entregues aos fiscais dos partidos políticos", explica a nota.
"Ao chegarem ao TSE, a integridade e autenticidade dos dados são verificados e se inicia a totalização (isto é, a soma) dos resultados de cada uma das urnas eletrônicas, por supercomputador localizado fisicamente no tribunal. O resultado final divulgado pelo TSE sempre correspondeu à soma dos votos de cada um dos boletins de urna impressos em cada seção eleitoral do país", continua o comunicado.
A Corte ainda esclarece que o resultado final de cada urna é impresso, se torna público e pode ser "facilmente confrontado" por qualquer eleitor, com os dados divulgados pelo TSE na internet" após a totalização.
"Os partidos e outras entidades fiscalizadoras também podem solicitar todos os arquivos das urnas eletrônicas e do banco de dados da totalização para verificação posterior."
Bolsonaro tem como uma de suas principais pautas a implementação do voto impresso . O presidente alega comumente — e sem apresentar provas — que as urnas eletrônicas são fraudáveis.
A Proposta de Emenda à Constituição que obriga a impressão do voto nas eleições (PEC 135/2019) está em tramitação na Câmara dos Deputados. comissão especial analisa a proposta, mas a expectativa é de que a matéria não seja aprovada. Pelo menos 11 presidentes de partidos já se manifestaram contra a PEC.