Aziz diz que depoente da CPI de hoje fez treinamento para responder perguntas
Emanuela Medrades é diretora técnica da Precisa Medicamentos e possui um habeas corpus do STF para ficar em silêncio quando considerar que pode se incriminada por sua resposta. Senador diz que ela está sendo aconselhada pelos advogados a ficar calada sempre que possível
Em entrevista coletiva na manhã desta terça-feira, 13, o presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM)
, disse que soube que a depoente de hoje, a diretora técnica da Precisa Medicamentos, Manuela Medrades
, fez um media training [curso preparatório para entrevistas] para ser inquirida pelos senadores. Ainda assim, ela estaria sendo aconselhada por seus advogados a ficar em silêncio sempre que possível.
"O que eu sei é que ela [Manuela Medrades] fez uma media training ontem e que, durante a essa media training, ela 'perdeu a cabeça' várias vezes. Então, os advogados estão aconselhando ela a não responder [as perguntas dos senadores]. É isso que está acontecendo", disse Aziz.
E completou: "Fatos são fatos. Se ela não responder, os fatos serão declarados, até porque a Covaxin foi a única vacina que o presidente [Jair Bolsonaro] fez questão de ligar para o primeiro ministro da Índia, pedindo agilidade para comprar. Só esse fato é algo muito grave".
Manuela possui um habeas corpus parcial concedido pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), com o qual tem o direito de ficar em silêncio quando acreditar que a resposta pode incriminá-la de alguma forma.
A Precisa Medicamentos foi a empresa que intermediou a negociação para compra da vacina indiana Covaxin, alvo de suspeitar de irregularidades e de corrupção - como denunciado pelo deputado federal Luiz Miranda (DEM-DF) e pelo irmão dele, o servidor do Ministério da Saúde Luiz Ricardo Miranda.