Ministério da Defesa divulga nota de repúdio por fala de Aziz: "acusação grave"

Defesa e comandantes das Forças Armadas repudiam falas de Aziz na CPI da Covid sobre corrupção entre militares

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
Presidente da Comissão deu voz de prisão a Roberto Dias nesta quarta-feira (7)











O Ministério da Defesa e os comandantes das Forças Armadas repudiaram a fala do presidente da CPI da Covid , senador Omar Aziz (PSD-AM) , que criticou o envolvimento de integrantes das Forças Armadas em casos suspeitos de irregularidades no Ministério na Saúde. Em nota, a pasta diz que "as Forças Armadas não aceitarão qualquer ataque leviano às instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro."

O texto foi compartilhado pelo presidente Jair Bolsonaro e é assinado pelo ministro Walter Braga Netto e os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica. Segundo o GLOBO apurou, a manifestação foi discutida nesta tarde no Palácio do Planalto entre o presidente e ministros militares.

"O Ministro de Estado da Defesa e os Comandantes da Marinha e do Brasil, do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira repudiam veemente as declarações do Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, Senador Omar Aziz, no dia 07 de junho de 2021, desrespeitando as Forças Armadas e generalizando esquemas de corrupção", diz a nota.

Durante o depoimento do ex-diretor do Departamento de Logística, Roberto Ferreira Dias , Omar Aziz disse que "os bons das Forças Armadas devem estar envergonhados" pelo envolvimento de militares nas suspeitas envolvendo o Ministério da Saúde:

"Os bons das Forças Armadas devem estar muito envergonhados com algumas pessoas que hoje estão na mídia, porque fazia muito tempo, fazia muitos anos que o Brasil não via membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua dentro do Governo."

Em sua fala, Dias atribuiu ao ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, coronel Élcio Franco, a responsabilidade da negociação das vacinas. Atual assessor da Casa Civil, Franco era o número 2 do Saúde na gestão do general Eduardo Pazuello.

"Fazia muitos anos. Aliás, eu não tenho nem notícia disso na época da exceção que houve no Brasil, porque o Figueiredo morreu pobre, porque o Geisel morreu pobre, porque a gente conhecia... E eu estava, naquele momento, do outro lado, contra eles. Uma coisa de que a gente não os acusava era de corrupção, mas, agora, Força Aérea Brasileira, Coronel Guerra, Coronel Élcio, General Pazuello e haja envolvimento de militares...", disse Aziz.

"Essa narrativa, afastada dos fatos, atinge as Forças Armadas de forma vil e leviana, tratando-se de uma acusação grave, infundada e, sobretudo, irresponsável", diz o texto.

"A Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira são instituições pertencentes ao povo brasileiro e que gozam de elevada credibilidade junto à nossa sociedade conquistada ao longo dos séculos. Por fim, as Forças Armadas do Brasil, ciosas de se constituírem fator essencial da estabilidade do País, pautam-se pela fiel observância da Lei e, acima de tudo, pelo equilíbrio, ponderação e comprometidas, desde o início da pandemia Covid-19, em preservar e salvar vidas."

Confira a nota na íntegra:

Foto: Reprodução
Nota Ministério da Defesa e comandantes das Forças Armadas