Após jantar da suposta propina, militar incluiu serviços de saúde à sua empresa
Marcelo Blanco, ex-assessor do Ministério da Saúde, será ouvido pela CPI da Covid para se explicar
O ex-assessor do Ministério da Saúde, tenente-coronel Marcelo Blanco
, presente no jantar da suposta oferta de propina por vacinas
, incluiu aos serviços oferecidos por sua empresa, semanas após o encontro, serviços de saúde.
A Valorem Consultoria em Gestão Empresarial, empresa em Brasília criada por Blanco, foi aberta em 22 de fevereiro, três dias antes do jantar marcado pela suposta oferta de propina . Primeiramente, as atividades econômicas informadas pela companhia à Receita Federal não traziam nenhuma relação com a saúde, se limitando a mediação de negócios e assessoria técnica. Semanas após, no entanto, serviços de saúde foram incluídos, de acordo com apuração do Metrópoles.
"Atividades de representantes comerciais e agentes do comércio de medicamentos para uso humano" e "materiais médico-cirúrgicos hospitalares", odontológicos e laboratoriais, como bisturis e próteses, foram acrescentadas às tarefas da empresa em 18 de março, mostram registros da Junta Comercial do Distrito Federal.
Alvo da CPI da Covid, Blanco estaria, junto com Roberto Dias, ex-diretor do Ministério da Saúde, no jantar marcado pelo suposto pedido de Dias por US$ 1 em propina por cada dose de vacina contra a Covid-19. A denúncia foi feita pelo policial Luiz Dominguetti , que já foi à Comissão Parlamentar de Inquérito na última semana .
A defesa de Marcelo Blanco nega que a inclusão de serviços de saúde em sua empresa tenha qualquer relação com vacinas contra a Covid-19 ou com a denúncia de Dominguetti.