Governo de Rondônia denunciou à PF oferta de vacina recebida da Davati
A Davati, empresa que supostamente intermediaria 2 milhões de doses da Janssen, pediu ao governo de Rondônia assinar carta de intenção; Estado procurou a Polícia Federal para apurar o caso
O governo de Rondônia denunciou à Polícia Federal (PF) uma oferta feita pela Davati Medical Supply de 2 milhões de doses da vacina da Janssen ao estado. O Executivo estadual pediu a apuração de eventuais crimes de estelionato, falsificação de documento e falsificação de produto destinado a fins medicinais pela empresa.
O vendedor da empresa , Luiz Paulo Dominguetti Pereira , disse à Folha de S.Paulo ter recebido uma oferta de propina do então diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias. A empresa ofereceu 400 milhões de doses de AstraZeneca ao Ministério da Saúde, sem autorização da farmacêutica para a negociação.
A Davati procurou o governo de Rondônia pedindo que assinasse uma carta de intenção ("letter of intent" ou LOI em inglês) para se credenciar para o pedido junto à farmacêutica, mesmo procedimento que adotou junto ao Ministério da Saúde.
Segundo o governo estadual, a SENAH (National Secretariat for Humanitarian Affairs), citada no depoimento de Dominguetti à CPI da Covid nesta quinta-feira (1), também participou da oferta de 2 milhões de doses da vacina da Janssen.
"Os laboratórios nos quais, supostamente, se originaram as vacinas, negam de maneira expressa a existência de canais paralelos de negociação. Havendo, neste caso, comprovação de que as vacinas oferecidas não são vendidas pelo canal que oferece a administração pública Rondoniense", disse Fábio de Sousa Santos, Procurador do Estado, em ofício à Polícia Federal.
Procurada, a Polícia Federal não informou a providência que tomou sobre o caso.