Presidente da CPI da Covid afirma que comissão vai ser prorrogada por 90 dias
Governistas são contra e Planalto vê prolongamento do desgaste
O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou na manhã desta terça-feira, 29, por meio das redes sociais, que a comissão será prorrogada por mais 90 dias. Segundo Aziz, 31 senadores já apoiam a continuidade dos trabalhos. "Temos muito o que investigar ainda", escreveu Aziz.
Decidimos prorrogar os trabalhos da #CPIdaPandemia por mais 90 dias. Já temos assinaturas de 31 senadores. Temos muito o que investigar ainda. 💪🏽 https://t.co/oJ9SD3YTKz
— Omar Aziz (@OmarAzizSenador) June 29, 2021
Mais cedo, o vice-presidente da CPI, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
, já havia reunido assinaturas suficientes para prorrogar os trabalhos do colegiado por mais três meses, com novo previsão de término em 7 de agosto. Os governistas não apoiam a iniciativa de ampliar o prazo.
O único nome do G7 a não assinar a lista pela prorrogação foi o senador Eduardo Braga
(MDB-AM), que tem demonstrado divergência em relação a algumas ações do grupo.
De acordo com parlamentares do bloco, apesar de o requerimento prever a ampliação das atividades por mais 90 dias, é possível que o prazo adicional seja reduzido para 60 ou até 30 dias se as investigações avançarem com celeridade. O objetivo é esgotar temas centrais como possíveis irregularidades na negociação da vacina indiana Covaxin. Além disso, técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Polícia Federal ainda analisam documentos como quebras de sigilo fiscal e telefônico de investigados.
"O Senado Federal deve, ao povo brasileiro, que todos os responsáveis sejam identificados e condenados. Diante da vasta documentação recebida e dos inúmeros fatos levantados que demandam um aprofundamento das investigações, torna-se imperativo prorrogar o prazo de duração desta Comissão Parlamentar de Inquérito. Dessa forma, considerando a insuficiência do prazo previsto para encerramento desta CPI (07/08/2021), solicito o apoio dos pares a esse requerimento para prorrogar por mais 90 (noventa) dias a duração da Comissão Parlamentar de Inquérito", escreveu Randolfe na justificativa.
Segundo o Globo apurou, o governo trabalhava para evitar prorrogação da CPI, mas mesmo antes da coleta das assinaturas já previa a tarefa como 'praticamente impossível'. Para integrantes do governo, haverá 'prolongamento do desgaste' na imagem de Bolsonaro devido à continuação dos trabalhos da CPI.
Na avaliação de aliados de Bolsonaro, quanto mais longe da eleição a comissão encerrar os trabalhos, melhor. Interlocutores do Planalto como os senadores Ciro Nogueira (PP-PI), Fernando Bezerra (MDB-PE) e Eduardo Gomes (MDB-TO) buscam atuar para demover senadores ditos "independentes" de assinarem a proposta de prorrogação da CPI.
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