CPI da Covid ouve irmãos Miranda sobre caso Covaxin nesta sexta-feira
Presidente da CPI, senador Omar Aziz, solicitou à Polícia Federal proteção para os irmãos; oitiva começará às 14h
Nesta sexta-feira (25), a CPI da Covid ouvirá a partir das 14h, os depoimentos dos irmãos Luis Ricardo Miranda e Luis Claudio Miranda, que denunciaram possíveis irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin pelo governo federal.
A negociação está sob suspeita em razão do valor unitário das vacinas, considerado elevado, em torno de R$ 80, e da participação de uma empresa intermediária, a Precisa Medicamentos .
Luis Ricardo Miranda é chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde . Ele relatou ao Ministério Público Federal e à imprensa ter recebido pressões para acelerar o processo de compra da Covaxin, da empresa indiana Bharat Biotech. Em entrevista ao jornal O Globo, Luis Ricardo disse ter alertado o presidente Jair Bolsonaro sobre suspeitas de superfaturamento . O governo nega qualquer irregularidade.
Luis Miranda (DEM-DF) é deputado e na última quarta-feira (23), em entrevista à CNN, afirmou ter alertado o presidente sobre as suspeitas de irregularidades no contrato junto com seu irmão.
Em pronunciamento feito, também na (23), o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, atacou o deputado
e anunciou processo administrativo disciplinar contra o servidor.
— Deputado Luis Miranda, Deus está vendo. Mas o senhor não vai só se entender com Deus, vai se entender com a gente também — disse Onyx.
Para o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) , Onyx pode ter cometido crime previsto na Lei 1.579, de 1952, que regula o funcionamento das comissões parlamentares de inquérito — especificamente o inciso I do artigo 4º: "Impedir, ou tentar impedir, mediante violência, ameaça ou assuadas, o regular funcionamento de comissão parlamentar de inquérito, ou o livre exercício das atribuições de qualquer dos seus membros".
O requerimento convocando os depoentes foi do relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Renan e o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM) , relataram preocupação com a segurança dos depoentes. Aziz solicitou à Polícia Federal proteção para os irmãos.
Fonte: Agência Senado