CPI investigará suspeita de corrupção do governo Bolsonaro na compra da Covaxin
Dose da vacina foi comprada por R$ 80, a mais cara adquirida pelo Brasil. Deputado federal afirma ter informado o presidente da situação
A CPI da Covid vai avançar a investigação sobre a suspeita de corrupção em compra superfaturada da vacina Covaxin
, da Índia, pelo governo Bolsonaro. Nesta quarta-feira, 23, foram aprovadas requerimentos com foco no assunto.
Luís Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, será convocado para explicar a pressão que diz ter sofrido para liberar a importação da vacina Covaxin.
O depoimento dele já será dado na próxima sexta-feira, 25. Ele será ouvido junto do irmão, o deputado federal Luís Miranda (DEM-DF), que pediu aos senadores para estar presente na CPI na ocasião. O deputado afirma ter alertado o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre as irregularidades na negociação com a Covaxin.
Também foi aprovada nesta quarta a convocação do tenente-coronal Alex Lial Marinho, braço direito do ex-ministro Eduardo Pazuello. Ele teria sido um dos pressionadores para a compra da Covaxin. As quebras de sigilo bancário, fiscal, telefônico e telemático dele também foram aprovadas.
A compra da Covaxin entrou no radar da CPI por compra de dose a R$ 80, a mais cara de todas as vacinas adquiridas pelo Brasil, com suspeita de caso de corrupção.
Além desses requerimentos, também foram aprovados, nesta quarta, a convocação de representantes do Facebook, Google (que controla o YouTube), e Twitter . Os senadores também concordaram em ouvir secretamente o ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel . Será o segundo depoimento dele para a comissão. Witzel afirma ter informações sigilosas a serem passadas.