
O presidente da CPI da Covid, o senador Omar Aziz (PSD-AM), adiou a votação que iria avaliar a convocação do governador do Rio, Claudio Castro (PL) e do secretário de Saúde estadual, Alexandre Chieppe, para a próxima terça-feira, 22. Hoje também seriam avaliados o pedido da quebra de sigilos das Organizações Sociais (OSs) responsáveis pela gestão de hospitais no Rio e o requerimento para que o ex-governador do estado Wilson Witzel preste um novo depoimento, agora em sigilo — o que foi pedido por ele em sua oitiva, na última quarta-feira, 16.
Nesta sexta-feira, 18, o colegiado faz uma audiência pública com dois médicos defensores da cloroquina: o infectologista Ricardo Ariel Zimerman e Francisco Eduardo Cardoso Alves . Este último é apontado como um dos autores da nota informativa do Ministério da Saúde que dava orientações sobre tratamento precoce da Covid-19, cujo medicamentos são ineficazes contra a doença.
O relator da comissão, Renan Calheiras (MDB-AL), anunciou a lista de investigados pela CPI
. Atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e seu antecessor, Eduardo Pazuello estão na lista, junto do ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo, e Arthur Weintraub, irmão do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub.
É a segunda vez que o pedido de convocação de Castro será votado. A primeira foi quando o colegiado aprovou, no final de maio, a convocação do ex-governador Witzel e outros nove chefes de executivo estaduais. O nome de Castro, que é próximo da família Bolsonaro, foi retirado após discussões em reunião secreta para fechar um acordo sobre a lista de requerimentos. O argumento é que ele não estava no cargo durante as operações da Polícia Federal.
Na quinta-feira, Castro a jornalistas disse não ver motivos para ser convocado. Ele participou de uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) e empresários do Rio, em um hotel na Barra da Tijuca. "Eu não consigo enxergar um motivo de me chamarem, mas eu vou avaliar. Eu não sei nem se vão me chamar, se tem alguma motivação de me chamar", disse o governador, que frisou: "Eu particularmente não consigo entender o motivo de me chamar, mas vou respeitar a comissão".
Caso seja convocado, Castro disse que ainda vai analisar se vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para não precisar ir à CPI poder ficar em silêncio — assim como já fizeram outros depoentes do colegiado. "Eu vou conversar com os meus advogados, com a minha equipe, se eu devo recorrer ou não. Mas isso é uma avaliação pós ser ou não chamado".