Bolsonaro negociou Covaxin 3 vezes mais rápido que Pfizer, mesmo sem garantias
Negociação foi concluída em 97 dias, mas telegramas diplomáticos apontaram dúvidas sobre eficácia e segurança do imunizante indiano
O governo brasileiro foi alertado em sucessivas ocasiões sobre "dúvidas" em relação à eficácia, à segurança e ao preço da vacina indiana Covaxin , mostram telegramas diplomáticos enviados à CPI da Covid pelo Itamaraty. Ainda assim, o processo de aquisição do imunizante foi o mais célere de todos, segundo documento do próprio Ministério da Saúde.
Enquanto o período entre a negociação e a assinatura do contrato para aquisição da Covaxin levou 97 dias, o processo para compra do imunizante da Pfizer demorou 330 dias, o prazo mais longo entre todas as vacinas. Nenhuma outra negociação demorou menos de 100 dias, aponta uma nota informativa da Saúde enviada à CPI.
A pressa ocorreu mesmo após alertas da Embaixada do Brasil em Nova Déli sobre dúvidas envolvendo as condições da aprovação da vacina na Índia.
Os problemas foram informados ao Itamaraty no mesmo período em que o presidente Jair Bolsonaro citava a vacina como uma das "escolhidas" pelo governo brasileiro, junto à da Oxford, em carta ao premiê indiano.
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