Governo monitora depoimentos de aliados e rivais à CPI da Covid em sala secreta

Monitoramento é feito em espécie de "bunker", sala discreta onde ficam assessores da Presidência assistindo às sessões da comissão e avaliando o desempenho dos depoentes; eles formulam estratégias para tentar blindar Bolsonaro

Foto: O Antagonista
Bolsonaro de máscara

Enquanto as sessões da CPI da Covid avançam sobre a gestão de Jair Bolsonaro durante a pandemia, parte da estratégia do governo é elaborada em uma sala discreta localizada no Anexo I do Palácio do Planalto. No que pode ser considerado uma espécie de bunker, o local concentra assessores do Planalto que monitoram diariamente o que se passa na comissão.

Nos últimos dias, O GLOBO acompanhou de perto as movimentações e os diálogos dos servidores que trabalham nessa sala. Ali eles fazem anotações das transmissões da CPI e planejam como blindar o presidente da investigação da comissão parlamentar de inquérito.

Na porta da sala, que fica fechada a maior parte do tempo, está fixado um aviso de que o uso de máscara é obrigatório, mas a regra é amplamente ignorada. Dentro do espaço, há uma tela de projeção transmitindo ao vivo a sessão da comissão, acompanhada por ao menos cinco integrantes do Palácio do Planalto. Dois dos servidores se dedicam a tomar notas tanto do que falam os depoentes como das perguntas e comentários feitos pelos senadores.