Indicado por Bolsonaro para embaixada, Crivella está proibido de deixar o país

Passaporte do ex-prefeito do Rio foi entregue à Justiça após a investigação sobre um suposto esquema de cobrança de propina na prefeitura — que resultou na prisão do bispo em dezembro do ano passado

Foto: O Antagonista
Poucos meses após sua prisão, Crivella foi indicado por Bolsonaro para ser o embaixador brasileiro na África do Sul

Indicado por Jair Bolsonaro para o posto de embaixador do Brasil na África do Sul , o ex-prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella não poderia assumir o cargo; isso porque, após sua prisão em dezembro do ano passado, o político teve seu passaporte entregue à Justiça e está impossibilitado de deixar o país, segundo informações da coluna do jornalista Lauro Jardim.

Além dos problemas com a lei, a indicação do ex-prefeito pode sofrer resitência no país sul-africano e, no Brasil, já gerou mal estar entre diplomatas — já que a escolha de Crivella foi recebida pelos membros do Itamaraty como uma manobra em benefício do presidente. O bispo também precisará passar por uma sabatina na Comissão de Relações Exteriores do Senado.

A presidente da comissão, a senadora  Kátia Abreu (PP-TO), informou que só comentará a indicação quando ela for oficializada.

Crivella é acusado de ser chefe de um grupo criminoso que teria instituído um esquema de cobrança de propina na prefeitura: o QG da propina . Ele chegou a passar uma noite no presídio de Benfica, no Rio, mas teve sua prisão domiciliar aprovada no dia seguinte.

Na sequência, Crivella foi afastado da prefeitura. Ele ainda tentou a reeleição — e com o apoio de Bolsonaro — mas foi vencido por Eduardo Paes (DEM).

Foto: Marcos Corrêa/PR
Marcelo Crivella e Jair Bolsonaro; o presidente apoiou sua reeleição à prefeitura do Rio, mas não obteve sucesso

Em fevereiro deste ano, o ex-prefeito obteve alvará de soltura expedido pela juíza Paula Fernandes Machado, responsável pelo plantão no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Segundo o tribunal, a magistrada atendeu decisão dada no dia anterior pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes .