Calheiros diz que receberá estudo sobre mortes que poderiam ter sido evitadas
Material será produzido pelo Movimento Alerta, formado por instituições como Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e a Anistia Internacional
O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), disse neste domingo (30) que a comissão receberá um estudo para quantificar quantas mortes causadas pelo coronavírus poderiam ter sido evitadas , caso a vacinação tivesse começado antes no país e o governo federal tivesse tomado mais medidas contra o vírus. Até o momento, foram registrados 461.931 óbitos pela Covid-19.
"A CPI encomendou um estudo ao Movimento Alerta. No dia 24 o movimento irá à CPI apresentar esse estudo criterioso, quantificando quantas mortes poderiam ter sido evitadas. Essa é a grande pergunta que a sociedade nos faz. Os parentes das vítimas, os milhões de pessoas que tiveram a Covid-19, têm direito de saber o que aconteceu", disse Renan, em entrevista à GloboNews .
O Movimento Alerta é formado por instituições como Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e a Anistia Internacional e consolida dados sobre óbitos ocorridos durante a pandemia.
Renan disse que tem “muita dúvida” sobre a competência da CPI para convocar governadores , como foi aprovado na semana passada. O senador também afirmou já ter provas sobre a existência de um gabinete paralelo de assessoramento do presidente Jair Bolsonaro.
O senador também criticou Bolsonaro por continuar fazendo “as mesmas coisas” e “gerando aglomeração” mesmo após o início da CPI.
"Entendo que o governo continua se desgastando, as pesquisas de opinião pública revelam isso. Mas não acho que as manifestações de ontem ocorreram em função de um óbvio desgaste do governo, não. Acho que as pessoas fizeram essas manifestações no Brasil todo sobretudo pelo clamor, pela indignação, pela maneira como contrariam essa pulsão do presidente da República de morte, as pessoas não aguentam mais", disse.
Ele também fez uma diferenciação entre os atos organizados por forças políticas e sociais de esquerda e aqueles que foram realizados recentemente, em apoio a Bolsonaro.
"Pelo que vi das manifestações, vi as pessoas com máscaras, guardando o espaço mínimo recomendável, acho que ela não foi feita para aglomerar, ela tem um outro significado, é uma manifestação a favor da vida, contra a morte, diferente daquelas que são a prática, todos os dias praticamente, do presidente da República e seus adeptos", completou Calheiros.