CPI da Covid: 18 governadores decidem acionar STF contra convocação
Apenas os 9 convocados não assinaram a ação que será protocolada no STF
Governadores de 18 estados decidiram acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para que a corte proíba a CPI da Covid de convocar chefes de Executivos estaduais a depor. As informações são da Folha de S. Paulo .
A comissão aprovou requerimento, na última quarta-feira (26), para convocar nove governadores para explicar o uso de recursos federais nos estados no combate da pandemia . Os convocados a depor foram os únicos que não assinaram o pedido.
Dessa forma, assinam a ação que será protocolada no STF os governos de Amazonas, Amapá, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Roraima, São Paulo, Sergipe, Rio Grande do Sul, Rondônia, Alagoas, Tocantins e Espírito Santo.
O objetivo dos governadores é que o tribunal afirme que a CPI não tem poderes para convocá-los e que a medida seria uma afronta ao pacto federativo.
A decisão de convocar os governadores se deu após diversas negociações. Os senadores aprovaram requerimentos voltados apenas aos responsáveis por governos estaduais que foram alvo de operação da Polícia Federal para apurar suspeitas de irregularidades com as verbas federais no enfrentamento da pandemia.
São eles Wilson Lima (AM), Helder Barbalho (PA), Ibaneis Rocha (DF), Mauro Carlesse (TO), Carlos Moises (SC), Antonio Oliverio Garcia de Almeida (RR), Waldez Góes (AP), Wellington Dias (PI) e Marcos José Rocha dos Santos (RO). Também foi convocado o ex-governador do Rio Wilson Witzel.
Senadores governistas, como Eduardo Girão (Podemos-CE) e Marcos Rogério (DEM-RO) , pretendiam inicialmente convocar mais governadores, como João Doria (PSDB) , de São Paulo.
Mas a medida não é interessante para o próprio governo. Na visão do Executivo, a convocação de muitos governadores resultaria inevitavelmente na prorrogação da CPI. A comissão tem prazo inicial (prorrogável) de 90 dias para realizar procedimentos de investigação e elaborar um relatório final, a ser encaminhado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.
Além de apurar ações e omissões do governo Bolsonaro , a comissão trata de repasses de verbas federais para estados e municípios. Quando o Supremo determinou a instalação da CPI para apurar a gestão da pandemia, a base aliada do governo já havia tentado ampliar o escopo da investigação para governadores a fim de diluir o desgaste do governo federal com as investigações.