Pazuello revela que "capitã cloroquina" sugeriu criação do aplicativo "TrateCov"
Plataforma de diagnóstico sugeria o uso de medicamentos sem eficácia comprovada, como a Cloroquina e Ivermectina, no tratamento contra Covid-19
O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello revelou em depoimento à CPI da Covid nesta quarta-feira (19) que o aplicativo “TrateCov”, que recomendava a prescrição de medicamentos sem eficácia no tratamento contra a Covid-19 foi sugerido pela Secretária do Ministério da Saúde Mayra Pinheiro , a “capitã cloroquina”.
Apresentado em meados de janeiro, quando o estado do Amazonas vivia o colapso no sistema de saúde, Pazuello anunciou o lançamento do aplicativo, que servia como uma forma de diagnosticar a doença.
Questionado pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL), o general negou que fosse um aplicativo, e que mesmo estando no ar no site do ministério da Saúde, alegou que ele “nunca esteve em operação”:
“Aplicativo não, a plataforma nunca entrou em operação, ele foi apenas apresentado o protótipo em desenvolvimento, e foi copiado por alguém, e tem um relatório policial sobre isso”, afirma.
Pazuello revelou também que o aplicativo foi desenvolvido por “servidores da Mayra”, à “custo zero”, mas que ele “mandou tirar do ar”.
Apesar de, em tese, ter sido criado para o uso restrito de profissionais de saúde de Manaus, qualquer pessoa tinha acesso ao site, podendo assim obter receitas de medicamentos como Cloroquina e Ivermectina .