Senador Omar Aziz (PSD-AM)
Jefferson Rudy/Agência Senado
Senador Omar Aziz (PSD-AM)




A personalidade do senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da Covid, tem sido um ponto à parte desde que as sabatinas tiveram início, chamando a atenção pelas inúmeras "patadas" e tiradas sarcásticas durante as sessões da comissão. Entre os que já foram alvo da fuga ao script do senador, estão o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o ex-ministro da pasta Nelson Teich e os senadores Jorginho Mello (PL-SC), Marcos Rogério (DEM-RO) e Luís Carlos Heinze (PP-RS).

Umas das falas mais comentadas do senador foi a direcionada a Queiroga , quando o ministro se recusou a responder questões sobre o uso da cloroquina no tratamento da Covid-19, recomendado pela pasta e promovido pelo presidente Jair Bolsonaro.

"Até minha filha de 12 anos falaria sim ou não", ironizou Aziz, diante da falta de resposta de Queiroga quando questionado sobre o uso do medicamento, comprovadamente ineficaz contra a doença.

Foi na mesma sabatina que  Aziz chegou a aconselhar o ministro a ser "bastante objetivo e falar apenas a verdade para que não haja mais tarde problemas pessoais" e que "se troca de ministro como quem troca de camiseta", referindo-se ao rodízio de ocupantes do cargo ao longo da pandemia no Brasil.

"Eu lhe aconselho, ministério, cargo, passa na nossa vida. A nossa vida vale mais do que um cargo que você possa exercer momentaneamente ou temporariamente. Por isso, aconselho Vossa Excelência a ser bastante objetivo para que não haja mais tarde problemas pessoais para Vossa Excelência, porque, pelo andar da carruagem, se troca de ministro como quem troca de camiseta", disse Aziz a Queiroga.

Escolhido por oito votos a três para presidir o colegiado, Aziz se mostrou firme nas posições logo quando indicou o senador Renan Calheiros (MDB-AL) como relator da comissão parlamentar de inquérito. Na ocasião, o senador Jorginho, próximo ao presidente Jair Bolsonaro, apresentou uma questão de ordem momentos antes de a indicação ocorrer, requisitando que Renan fosse considerado suspeito para a condução das investigações. O pedido, no entanto, foi indeferido por Aziz, em tom firme.

Na mesma ocasião, Aziz foi confrontado pelo senador Marcos Rogério, que insistiu que Renan não poderia ser o relator da CPI e disse que o presidente estava nervoso, pedindo calma.

"A única coisa que eu não estou é nervoso. Só que nós estamos há duas horas e meia aqui e três ou quatro senadores querendo não instalar. Qual é o medo da CPI? É o medo da CPI ou medo do senador Renan? Não estou entendendo. O próprio líder, o seu líder do governo, Fernando Bezerra, diz que não tem medo da CPI e quer dar transparência. Vossa Excelência quer questionar novamente a questão do Renan e diz que eu estou nervoso?", rebateu Aziz.

Teich, que foi sabatinado na última quinta-feira, também foi alvo das ironias do presidente do colegiado. Na ocasião, ele se irritou com a falta de memória do ex-ministro durante o depoimento, acusando-o de não se comprometer com o objetivo da comissão.

"Ah, é errado? Se um médico prescrever veneno de rato para uma pessoa dizendo que aquilo cura não é crime, é uma coisa errada?", questionou Aziz. "O ex-ministro Teich está levando a comissão sem nada objetivo, 'eu não me lembro', 'eu não me...', trazer uma pessoa para depor que não lembra, que houve intervenção, mas não sabe quem interveio, fica difícil para a gente", completou.

Aziz também se mostrou irritado com as insistências do senador Luís Carlos Heinze, integrante da CPI da Covid, ao tentar defender o uso da cloroquina no tratamento da Covid-19 durante as sessões. O governista chegou a questionar os estudos científicos sobre o fármaco conduzidos pela Fiocruz, mas recebeu uma reposta atravessada do senador.

"Eu respeito a opinião de todos. Eu cursei Engenharia Civil por alguns anos e me formei em Engenharia Civil. Agora, o que não dá, senador Luís Carlos Heinze, é pessoas que nunca passaram na porta de uma faculdade de Medicina quererem saber mais do que um médico", repreendeu Omar.

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