Bolsolão: Oposição se organiza para pedir abertura de investigação ao MPF e TCU
Deputado federal Alessandro Molon articula pedido de investigação do caso de orçamento paralelo que envolve o nome do presidente Jair Bolsonaro (sem partido)
O deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ), líder da oposição na Câmara, articula, junto a parlamentares opositores do governo federal, apresentação de representação no Ministério Público Federal (MPF) e no Tribunal de Contas da União (TCU) para abrir uma investigação contra o chamado ' Bolsolão '. De acordo com a denúncia do jornal O Estado de S. Paulo , o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criou um orçamento paralelo de R$ 3 bilhões em emendas no fim de 2020, para aumentar sua base de apoio no Congresso Nacional.
Molon publicou em suas redes sociais que é "imperativo investigar se o governo Bolsonaro escolheu montar uma base no Congresso em vez de garantir vacinas e, por isso, recusou imunizantes em 2020". Ele ainda afirmou que com a quantia gasta, seria possível adquirir "58 milhões de doses da Pfizer na primeira oferta", publicou.
Diante das gravíssimas denúncias de que o governo Bolsonaro teria criado um orçamento paralelo para montar uma base aliada no Congresso via toma lá da cá, vamos representar ao TCU e MPF para que investiguem o "Bolsolão".
— Alessandro Molon 🇧🇷 (@alessandromolon) May 10, 2021
Já o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), já protocolou uma representação no TCU nesta segunda-feira (10), pedindo a adoção de medidas cautelares cabíveis, apuração de eventuais responsabilidades e punição dos responsáveis.
'Bolsolão'
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo , boa parte das emendas criadas pelo presidente no orçamento paralelo são destinadas à "compra de tratores e equipamentos agrícolas por preços até 259% acima dos valores de referência fixados pelo governo". A reportagem também denuncia o descontrole de dinheiro público em 101 ofícios enviados por deputados e senadores ao Ministério do Desenvolvimento Regional e órgãos vinculados para indicar como eles preferiam usar os recursos.
No entanto, Bolsonaro vetou a tentativa do Congresso de impor o destino de um novo tipo de emenda criada durante seu governo por "contrariar o interesse público" e ainda estimular o "personalismo".