Médico senador opina contra cloroquina: "Água é melhor, não dá efeito colateral”
Otto Alencar discutiu com parlamentar bolsonarista que defendia medicamentos sem eficácia comprovada na CPI da Covid
Uma discussão por conta da Cloroquina, medicamento sem eficácia comprovada contra a Covid-19, marcou a audiência da CPI da Covid no Senado nesta quarta-feira (5).
O senador Otto Alencar (PSD-BA) declarou que “repilava as opiniões” do parlamentar bolsonarista Luis Carlos Heinze (PP-RS), que defendeu em sua fala o “tratamento precoce” contra a doença, que envolve medicamentos como Cloroquina, Ivermectina e vitamina C.
“Leviano, é uma doença como a Covid-19, onde 90 a 95% das pessoas que são infectadas cursam assintomático, leve ou moderado. Se tomar um copo de água é a mesma coisa que tomar um comprimido, ou dez, ou vinte de cloroquina. A água é melhor porque não dá efeito colateral”, declara Alencar, que diz ter “responsabilidade cientifica” em suas opniões.
Adiante, acusou de “charlatanismo” médicos que receitem medicamentos como a Cloroquina como a suposta cura para a Covid-19:
“Não custa nada a um charlatão receitar a hidroxicloroquina, o doente ia ficar bom de qualquer jeito, e ele diz que foi o medicamento que salvou o paciente”.
O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), teve de interferir entre os senadores, visto que houve um princípio de discussão entre eles.
“Eu não me arrisco a fazer uma consulta com vossa excelência de jeito nenhum”, ironizou Otto Alencar à Heinze antes de passar a palavra para outro Senador, que prosseguiu com as perguntas ao ex-ministro da Saúde Nelson Teich .