Mandetta declara na CPI que Brasil só tomou medidas "depois do leite derramado"

Ex-ministro da Saúde rebateu senador que havia defendido cloroquina e criticado medidas de isolamento

Foto: Reprodução: iG Minas Gerais
Ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta depôs na CPI da Covid nesta terça (4)


O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta , declarou durante depoimento na CPI da Covid nesta terça-feira (4) que medidas de restrição foram tomadas no Brasil somente “depois do leite derramado”.

O senador Jorginho Mello (PL-SC), que durante sua fala, defendeu que o uso da cloroquina , medicamento sem eficácia comprovada, trouxe resultados positivos em cidades catarinenses, e criticou supostos lockdowns feitos ao redor do país, fato que para o parlamentar prejudicou a economia do país, foi rebatido por Mandetta.

“O Brasil não fez nenhum lockdown, fez medidas depois do leite derramado, depois que a gente vê que ‘vai entrar em colapso o sistema de saúde’,  aí a gente fecha. Lá em Manaus, acabou o oxigênio, aí a gente fecha”, afirma o médico, que classificou com ‘lenda’ suposta informação de que índices de hospitalização em Chapecó diminuíram após implantação do ‘tratamento precoce’.

Mandetta cita o caso de Araraquara , no interior de São Paulo, que apesar do sucesso na redução dos casos de Covid-19 , só fez o lockdown “depois de estar sendo atacada pelo vírus”:

“a gente sempre foi um passo atrás vírus nessa questão de lockdown, aqueles que fizeram preventivo, pela técnica, foram muito poucos, a própria Araraquara fez depois que o sistema estava sendo atacado pelo vírus”.

O médico ortopedista alertou ainda para a gravidade do vírus, que “não negocia”, e atinge todos, desde “torcedores do Bolsonaro ao do Lula ”:

“O vírus não negocia nada com ninguém. Com micro e grande empresario, pobre, rico, com torcedor do Bolsonaro, do Lula, do Plameira, do Corinthians, ele é, fato. E ele esta aí, e ele vai pegar carona, é só dar mole para ele”.