CPI: Mobilização do Planalto para blindar Bolsonaro gera atrito entre ministros
Senadores também se queixam de estarem sem informações para atuar nas sessões da comissão
Uma mobilização está sendo feita no Palácio do Planalto para blindar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em relação à CPI da Covid , e, de acordo com as informações da Folha de S. Paulo , isso tem se tornado palco de disputa entre ministros. Além disso, segundo o jornal, os senadores governistas têm ficado desabastecidos de dados e informações para atuar nas sessões da comissão.
O senador Marcos Rogério (DEM-RO) disse, no entanto, que as informações ainda não foram encaminhadas porque ainda não começou a fase de depoimentos. "O governo tem que estar pronto para levantar informações e entregar. Se agiu corretamente, não há o que temer". Outro aliado de Bolsonaro na comissão disse que a ausência do governo vem desde o início, na indicação dos membros pelos partidos, que deixou a defesa do Executivo com apenas 4 das 11 vagas de titular.
De acordo com um parlamentar, uma reunião entre todos os governistas e os ministros palacianos ainda não ocorreu, apenas conversas individuais. A maioria crítica ao governo, porém, realiza encontros frequentes.
Desentendimentos
Ainda conforme a Folha , há relatos de ruídos gerados a partir da disputa entre os ministros Onyx Lorenzoni (Secretaria-Geral) e Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil), que já não têm uma boa relação desde o início do ano passado, quando Lorenzoni saiu da Casa Civil e retornou a um gabinete no Palácio do Planalto.
Falta de comunicação
O jornal destaca que os servidores do Planalto elencam pontos sensíveis, elaboram estratégias e levantam nomes para serem oferecidos como sugestão de convocação para os senadores que estão na CPI . Entretanto, os parlamentares se queixam de não estarem a par dessas informações.
Para congressistas e assessores do próprio governo, a falta de apoio pode ser prejudicial, já que, além deles serem minoria no colegiado – com exceção do senador Ciro Nogueira (PP-PI) –, os outros três senadores são de primeiro mandato.
Já em relação ao líder do governo no Senado, os parlamentares disseram não terem entendido o papel de Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) na CPI. Porém, afirmam que a presença dele nas reuniões é importante para fazer contraponto frente ao seu partido, que possui dois críticos da gestão de Bolsonaro como também membros da comissão, Eduardo Braga e o relator Renan Calheiros (MDB-AL).