Assessor de Bolsonaro depõe e deve ser indiciado por suposto gesto racista
Assessor especial da Presidência fez gesto associado a supremacistas brancos durante sessão parlamentar; Rodrigo Pacheco determinou investigação
O assessor especial para assuntos internacionais da Presidência , Filipe Martins , presta esclarecimentos nesta quarta-feira à Polícia Legislativa do Senado por um gesto associado a supremacistas brancos feito durante uma sessão parlamentar, em março. O sinal também pode ser interpretado como um xingamento obsceno. De acordo com fontes ligadas ao comando do Senado, a expectativa é que Martins seja indiciado após o depoimento.
O procedimento faz parte da abertura de investigação interna determinada no mês passado pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), sobre o caso. As etapas são semelhantes ao que ocorre na Polícia Civil, com possível apresentação de denúncia à Justiça.
Após o episódio, o assessor negou ter simpatia por movimentos de supremacia branca . "Um aviso aos palhaços que desejam emplacar a tese de que eu, um judeu, sou simpático ao 'supremacismo branco' porque em suas mentes doentias enxergaram um gesto autoritário numa imagem que me mostra ajeitando a lapela do meu terno: serão processados e responsabilizados; um a um", escreveu Martins no Twitter.
No final de março, Martins, que estava sentado atrás do presidente do Senado durante uma sessão parlamentar, fez com a mão um gesto — juntando os dedos polegar e indicador em um círculo e deixando os outros três dedos esticados — que no Brasil, com os dedos para baixo, é conhecido como um xingamento, e em países como os Estados Unidos, com os dedos para cima, como "OK", e entre supremacistas é associado às letras W e P, de White Power (poder branco).