Ex-ministro do STJ Paulo Medina morre vítima da Covid-19

Nascido em Rochedo de Minas, o magistrado tinha 79 anos e atuou na Corte entre 2001 e 2010

Foto: Divulgação/STJ
Paulo Medina, ex-ministro do STJ

O ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Paulo Medina morreu neste sábado (3) vítima da Covid-19 , doença causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2). O magistrado tinha 79 anos e foi integrante da Corte de 2001 a 2010, quando se aposentou.

"O Superior Tribunal de Justiça presta suas condolências à família do ministro Paulo Medina, que atuou no tribunal por nove anos. Que Deus, em sua infinita misericórdia, console a todos pela inestimável perda", disse o ministro Humberto Martins, presidente do STJ, por meio de nota.

Nascido em Rochedo de Minas, Paulo Medina foi vereador do município de 1961 a 1965. Ele era bacharel em Direito pela Universidade Federal de Juiz de Fora na turma de 1965 e advogou até 1968, quando foi aprovado no concurso para juiz de Direito, atuando em várias comarcas mineiras.

Em 1985, também tornou-se juiz do Tribunal de Alçada local e, em 1991, desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).

Medina ainda foi presidente da Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis), de 1993 a 1995; da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMG), de 1995 a 1997; e da Federação Latino-Americana de Magistrados (FLAM), de 1997 a 1999.

O advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, também lamentou a morte de Medina e disse que ele era "um homem honesto, simples, correto que morreu hoje de Covid mas, na verdade, já havia morrido com a injustiça que se abateu sobre ele".

"Tive a alegria de advogar para ele e continuo com a firme certeza de que era absolutamente inocente. Nunca tinha falado com ele, a não ser quando distribuía memoriais em audiência, e quando do escândalo. Ele me ligou e, eu me lembro, fui a casa dele, ele abriu a porta chorando e me disse: 'Não tenho como pagar seus honorários, mas eu confio no senhor como advogado'", escreveu Kakay em comunicado enviado a jornalistas.


"Durante todo o processo ele se portou com muita dignidade. E neste processo eu me convenci da importância do juiz de garantias, inclusive nos tribunais. O relator do processo, ministro Peluso - meu amigo - recebeu o Procurador-Geral mais de 50 vezes e determinou toda sorte de medidas e, digo sem medo de errar - até porque disse da Tribuna do Supremo - ficou impregnado com o caso. Agiu como um acusador", acrescentou.