PGR envia documento para STF pedindo a liberação de atividades religiosas

Augusto Aras pensa que existe formas de garantir a segurança da população

Foto: Pedro França/Agência Senado
Procurador-geral da República, Augusto Aras

Na quarta-feira (31), Augusto Aras , procurador-geral da República, enviou um documento para o Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando que a Suprema Corte impeça que governos do país e da capital de suspenderem cultos e outras atividades religiosas . Medida deve que ser tomada devido à proliferação da Covid-19. As informações foram apuradas pelo Metrópoles.

Pedido foi incluso à Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental enviado pelo PSD, contra o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que restringiu as atividades religiosas na cidade paulista. Porém, a questão é que mesmo incluindo solicitação do PSD, a medida de Aras valerá para todo o Brasil.

Arquivo contém 38 páginas e Aras declara que “há opções para garantir saúde da população sem prejuízo da realização de atividades religiosas”. “O que se vê, portanto, é que a restrição à realização de cerimônias religiosas há de ser compreendida como medida de caráter excepcional, suscetível de ser adotada no combate da epidemia do novo coronavírus apenas se atendidos os pressupostos previstos na norma geral nacional”, declara.

Uma urgência ainda é requerida, por ser a Semana Santa e se os cultos religiosos não forem liberados, “a população sofrerá mais”.

“O perigo na demora em se obter o provimento jurisdicional (periculum in mora), decorre do próprio agravamento da epidemia de Covid-19 no Estado de São Paulo e de estar em curso período importante para tradição religiosa cristã (semana santa), de modo que a proibição de externalização de crença em culto, de missas ou demais atividades religiosas de caráter coletivo nesse momento de especial significado religioso inflige maior sofrimento na população do Estado, que não pode sequer se socorrer em templos religiosos para professar sua fé em nome dos entes queridos que se foram ou pela saúde daqueles que estão acometidos pela doença”, diz documento.

O STF recebeu documento no mesmo dia em que Brasil bateu recorde de mortes pelo novo coronavírus, com cerca de 3.869 óbitos em 24 horas. Até o momento, o país já contabilizou 321.515 mil mortes pelo vírus.