Para Bolsonaro, decretos de lockdown têm superado estado de sítio

Presidente cobrou governadores e prefeitos e voltou a criticar medidas de distanciamento social para conter o avanço da pandemia

Presidente Jair Bolsonaro (sem partido)
Foto: Marcos Corrêa/PR
Presidente Jair Bolsonaro (sem partido)

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a criticar medidas de distanciamento social imposta em cidades para conter o avanço da pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2) nesta quarta-feira (31) em Brasília.

Na opinião de Bolsonaro , os líderes estaduais e municipais devem aliviar as determinações de isolamento e reabrir atividades não-essenciais:

"O Brasil tem que voltar a trabalhar [...]. Alguns decretos têm superado em muito o que seria até mesmo um estado de sítio no Brasil. Não é o presidente que decreta. Ele pode até mandar no decreto para o Parlamento, mas só depois que Câmara e Senado concordem com isso é que entraria em vigor lá na frente", declarou.

Apesar de casos que mostraram a eficiência de lockdowns em cidades que tiveram colapso na saúde e diminuíram esses índices, como Araraquara , no interior de São Paulo , o presidente mais uma veze se mostrou contrario a essa medida, comparando-a com o Estado de Sítio, situação usada apenas em guerras civis ou ameças a segurança nacional:

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"Essa política desses isolamentos, dessas medidas restritivas, com toque de recolher, com supressão do direito de ir e vir extrapola em muito até mesmo o estado de sítio. Eu apelo a todas as autoridades do Brasil que revejam essa política e permitam que o povo vá trabalhar".

Com mais de 300 mil mortos pela Covid-19 , sendo o país o epicentro da doença, o chefe do executivo afirmou, sem apresentar dados, que o isolamento traz “efeitos colaterais” e que em sua visão, “não podem ser mais danosos que o proprio vírus”:

"A fome mata muito mais do que o próprio vírus. Temos que enfrentar a realidade, não adianta fugir do que está aí. Para mim, é muito fácil entrar no politicamente correto, mas não traz soluções para nós", diz o presidente.


 (Sob supervisão de Valeska Amorim)