Bia Kicis apaga publicações sobre morte de PM; veja repercussão do caso
Confira a repercussão do caso entre os políticos brasileiros
Na madrugada desta segunda-feira (29), a presidente da Comissão de Constituição e Justiça, a deputada federal Bia Kicis se manifestou sobre a morte do PM Wesley Soares em Salvador, após ele ter ido até o Farol da Barra e ter feito diversos disparos para cima e contra seus colegas que tentavam o impedir .
Pelas redes sociais , Kicis postou a seguinte mensagem: “Soldado da PM da Bahia abatido por seus companheiros. Morreu porque se recusou a prender trabalhadores. Disse não às ordens ilegais do governador Rui Costa da Bahia. Esse soldado é um herói. Agora, a PM da Bahia parou. Chega de cumprir ordem ilegal”.
Post foi apagado as redes instantes após ter sido publicado. Em seguida, fez outra publicação em que defende que caso seja devidamente investigado. Ela se justifica contando que foi informada durante a madrugada que o PM foi morto durante surto psicológico em que ele estava atirando para cima, mas um dos tiros de seus colegas o acertaram.
“As redes se comoveram e eu também. Hoje cedo removi o posto para aguardarmos as investigações. Inclusive diante do conhecimento da fundamental hierarquia militar”, declarou Kicis.
De acordo com o coronel Paulo Coutinho, da Polícia Militar da Bahia, disse que a PM só disparou contra o soldado somente após ter sido alvo de tiros de fuzil. Contou que os agentes seguiram todas as recomendações dos protocolos internacionais de gerenciamento de crises, mas tiveram que reagir, pois, estavam sendo atacados por tiros de uma arma de alta letalidade .
"Não obstante todos os recursos que nós utilizamos de isolamento e contenção, ele direcionou essa arma para a tropa e efetuou disparos que poderiam ter atingido mortalmente não só policiais militares, mas também da comunidade", contou o coronel Paulo Coutinho em entrevista à imprensa.
Políticos usaram as redes sociais para se manifestarem contra a atitude de Bia Kicis. O deputado federal Eduardo Bolsonaro, o deputado Marcelo Freixo e o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia foram algumas personalidades políticos que criticaram a postura de Kicis.
Confira comentários:
Bia Kicis apagou o post em que estimula motins policiais contra a ordem democrática, mas isso não muda em nada o crime contra a Constituição praticado por ela. Semear o caos e depois recuar é prática comum do bolsonarismo p/ tentar fugir da responsabilização. Não vai funcionar.
— Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) March 29, 2021
Aos vocacionados em combater o crime, prender trabalhador é a maior punição
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) March 29, 2021
Esse sistema ditatorial vai mudar.
Protestos pipocam pelo mundo e a imprensa já não consegue abafar. Estão brincando de democracia achando que o povo é otário.
Que Deus conforte os familiares do PM-BA. pic.twitter.com/eAhb1ZQNar
Sobre o episódio da presidente da CCJ. De onde você menos espera é que não sai nada mesmo. Não se pode esperar nada de uma pessoa desequilibrada. Como já disse: viramos um hospício.
— Rodrigo Maia (@RodrigoMaia) March 29, 2021
Outros políticos como, o líder da bancada do PCdoB, o deputado Renildo Calheiros (PE), falou sobre a gravidade de bolsonaristas e parlamentarem estimularem um motim da polícia da Bahia.
“É inaceitável que se aproveitem de uma situação extrema e triste dessas para ir contra medidas essenciais em um dos momentos mais graves da pandemia. Essa posição ameaça a vida, a democracia e a segurança nacional. A Câmara dos Deputados precisa averiguar o caso e punir excessos”, disse Calheiros.
“Dramático e triste o fato ocorrido na Bahia, que resultou na morte de um policial militar. Inexplicável a postura da presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, deputada Bia Kicis, que, na prática, estimula insurreição da PM contra o governador”, opinou também o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) ressaltou que tal atitude da deputada Kicis além de graves, compromete o Parlamento. “Basta, Bia Kicis. A senhora como presidente da CCJ, assume essas posições absurdas e compromete a democracia e todo o Parlamento. É preciso que a presidência da Casa tome medidas urgentes”, compartilhou a parlamentar.
Perpétua Almeida (AC), vice-líder da bancada do PCdoB, declarou que ação bolsonarista é “grave ameaça à segurança nacional”.
Marcelo Ramos, vice-presidente da Câmara, ressaltou que na condição de parlamentar, não é permitido comentar sobre desdobramentos de crimes. “A condição de presidente da CCJ, menos ainda. O respeito a hierarquia é elemento essencial para as PMs e um paramentar estimular motins é algo muito grave”, compartilhou.