Comissão de Educação da Câmara pode ficar com deputados bolsonaristas
Preocupação é que parlamentares passem a dar mais espaço para pautas ideológicas no órgão
Com o adiamento das definições dos presidentes das comissões da Câmara para a semana que vem , deputados bolsonaristas começaram a negociar para que eles sejam os escolhidos para o comando da comissão de Educação da Casa. A informação é do jornal Folha de S.Paulo .
Os nomes mais fortes para assumir o órgão colegiado são os dos deputados Carlos Jordy
(RJ) e Aline Sleutjes
(PR). Os dois são da ala bolsonarista
do PSL e têm forte apelo nos posicionamentos ideológicas de apreço do governo Jair Bolsonaro
(sem partido), sendo alguns dos principais aliados do presidente na Câmara
.
Sleutjes ainda é investigada no inquérito que apura financiamento a atos antidemocráticos, que é conduzido sob relatoria do ministro Alexandre de Moares, do Supremo Tribunal Federal (STF). A definição é prevista para os próximos dias.
Desde o início das negociações, o grupo bolsonarista da legenda manteve como alvo principal a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), considerada a mais importante da Câmara. Já é quase certo que a CCJ fica com a deputada bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF), também investigada no inquérito que apura atos antidemocráticos e no das fake news.
No caso da Comissão de Educação, no entanto, ela também é considerada estratégica para o grupo. Assim como Bolsonaro, seus apoiadores veem o tema como o campo de batalha para pautas ideológicas no governo, que guarda pouca conexão com os problemas reais do Brasil.
O objetivo da conquista do comando da comissão seria a suposta proeminência da esquerda no setor e o fortalecimento de pautas de fundo religioso.
Nas últimas semanas, a comissão de Educação chegou a ser prometida para o DEM durante negociações tocadas pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A legenda ainda mantém articulação para ficar com o colegiado.