MP denuncia Kassab por corrupção, lavagem de dinheiro e caixa 2

O Ministério Público Eleitoral acusa Kassab de ter recebido mais de R$ 16 milhões do frigorífico JBS quando ocupava a função de ministro, entre os anos de 2014 e 2016

Foto: Marcelo Camargo/ABr
Gilberto Kassab

O ex-ministro e ex-prefeito Gilberto Kassab foi denunciado, nesta quinta-feira (25), pelo Ministério Público Eleitoral do Estado de São Paulo (MPE-SP) pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, caixa 2 eleitoral e associação criminosa .

O MPE acusa Kassab de ter recebido mais de R$ 16 milhões do frigorífico JBS devido à sua função de ministro, entre os anos de 2014 e 2016. Os valores foram repassados por meio de contratos falsos com simulação de serviços entre as empresas do Grupo J&F e a Yapê Assessoria e Consultoria Ltda., que seria controlada pelo ex-ministro, informou o MPE.

Os advogados do político, no entanto, afirmam que a denúncia não tem fundamento. De acordo com eles, Kassab "apresentou farta documentação que demonstra, de forma cabal e inequívoca, que houve a real e efetiva prestação dos serviços dos dois contratos, com valores adequados e compatíveis com os praticados no mercado, executados mediante relação contratual entre empresas privadas, sem prejuízos ao erário", diz nota à imprensa.

A nota também afirma que a lisura dos atos de Kassab será verificada pela Justiça. 

Promotores

O MPE, no entanto, acredita que a JBS repassa dinheiro para uma empresa chamada Yapê Assessoria e Consultoria, por meio de um contrato fictício. Segundo os promotores, este dinheiro tinha "o objetivo de assegurar boas relações, bem como viabilizar a captação de recursos para o financiamento dos projetos de implantação e expansão, em diferentes ramos de atividade da economia".

"Investigações do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, bem como as investigações internas realizadas no âmbito do acordo de leniência firmado entre o Grupo J&F e o Ministério Público Federal, revelaram não somente evidências sobre as irregularidades no aludido processo de captação de recursos, mas, principalmente, o processo de geração de 'caixa 2' na empresa e os pagamentos realizados a agentes públicos, bem como a partidos políticos e candidatos a título de doação eleitoral", afirma o MPE.