STF decide como será depoimento de Bolsonaro sobre caso de interferência na PF
Em abril do ano passado, Moro diz ter sido pressionado por Bolsonaro a interferir na PF
Nesta quarta-feira (24), está presente na pauta do Supremo Tribunal Federal (STF), o julgamento sobre o depoimento do presidente Jair Bolsonaro na investigação que apura as denúncias do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, sobre a possível interferência de Bolsonaro na Polícia Federal . Item será o último a ser debatido, o que pode causar o seu adiamento. As informações foram apuradas pelo O Globo.
O presidente tem a opção de não prestar depoimento, porém, com as decisões dos ministros Celso de Mello e Alexandre de Moraes, foi acordado que caso a declaração ocorra, ela tem que acontecer de forma presencial. Em novembro do ano passado, Bolsonaro declarou ao STF que abriria mão de seu depoimento se ele não ocorresse de maneira escrita. O ministro Moraes ficou responsável pelo caso com a aposentadoria de Mello.
Com essa solicitação de depoimento escrito, tal cenário é ideal para Bolsonaro. Assim, ele pode pensar melhor nas acusações feitas por Moro e preparar com a ajuda de seus advogados, argumentos para sua defesa. Ainda em novembro de 2020, Moraes disse que não cabe ao presidente decidir como e se ele será interrogado.
De acordo com o ministro, segundo a Constituição, o investigado ou réu não pode se recusar a prestar depoimentos quando necessário, porém, ele tem o direito de permanecer em silêncio durante a oitava. O inquérito teve se início em abril do ano passado, logo depois de Moro declarar ter sido pressionado por Bolsonaro a interferir na Polícia Federal.