Acusado de importunação sexual, deputado diz ter feito "gentileza" com Isa Penna
Fernando Cury está sendo julgado no Conselho de Ética na Assembleia Legislativa de São Paulo
O deputado estadual Fernando Cury (Cidadania) , acusado de importunação sexual pela deputada Isa Penna (PSOL), depôs nesta quarta-feira (24) no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo ( Alesp ).
Cury negou ter assediado a parlamentar, e disse que quis apenas fazer um ato de “gentileza" com o que chamou de “abraço”:
"O abraço que eu dei na deputada Isa Penna foi um gesto que eu quis fazer de gentileza, justamente porque eu ia interromper uma conversa que ela estava tendo com o presidente Cauê Macris", disse ele.
O caso
No dia 16 de dezembro, durante sessão no plenário da Alesp, onde deputados estaduais votavam o orçamento do estado, o deputado do Cidadania foi flagrado abraçando Isa Penna e passando a mão na região dos seios de Isa Penna. Nas imagens, é possível vê-la imediatamente tentando afastá-lo de perto.
No dia seguinte ao caso, a deputada psolista declarou que registrou boletim de ocorrência e abriu representação no Conselho de Ética , que está em julgamento nesta semana.
"Gesto esse, no meu entendimento, completamente sem maldade, completamente sem segundas intenções, um gesto que não teve qualquer conotação de intenção sexual, mas que a deputada Isa Penna, no seu direito, evidentemente, considerou constrangedor e ofensivo", completa Fernando Cury, que posteriormente pediu desculpas à deputada e aos colegas.
Penna estava presente na sessão feita de forma online e pediu a palavra ao final da sessão:
"Eu não prestei depoimento: faço esse pedido aos colegas. Isso que aconteceu hoje é uma continuação da violência. Peço que eu seja ouvida, interrogada, reforço o pedido de perícia e da oitava dos deputados, em especial Teonilio Barba (PT), Cauê Macris, Carlão Pignatari (PSDB) e Gilmaci Santos (PRB). Já estou fazendo este requerimento".
O acusado levou 8 testemunhas de defesa, sete delas mulheres, que foram de encontro a versão do parlamentar de que não houve importunação sexual.
Agora, o relator do caso, deputado Emidio de Souza ( PT ) deve elaborar um parecer em até 15 dias. Caso seja pela condenação, o caso será votado em sessão no plenário da Assembleia.