Apoiadores de Silveira ironizam imprensa e covid em frente a sede da PF no Rio
"Alguém quer pegar covid compartilhando a comida comigo?", disse uma das apoiadoras
Nos dias em que o deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) ficou apreendido na sede da Polícia Federal do Rio de Janeiro, pessoas ligadas ideologicamente ao bolsonarismo, se manifestaram contra o Supremo Tribunal Federal ( STF ) e proferiram insultos a jornalistas como por exemplo, debochando do uso de máscaras e teve até ameaças após uma invasão a sala de imprensa, que fica na frente da sede da PF. As informações foram apuradas pelo Uol.
"Alguém quer pegar covid compartilhando a comida comigo?", disse uma mulher que em seguida, ofereceu sua refeição a apoiadores na colher em que comia. Outro apoiador questionava os veículos presentes: "Tá de máscara, cara? Por quê?". Com o mundo vivendo no meio de uma pandemia do novo coronavírus , os apoiadores presentes não faziam uso da máscara por maior parte do tempo.
Pela manhã e tarde desta sexta-feira (19), cerca de 20 apoiadores seguiram na frente na sede da Polícia Federal , no centro da cidade em apoio ao deputado Silveira. Um grupo de protestantes se deslocou cerca de 200 km de Juiz de Fora (MG) até o Rio para se juntarem ao ato.
"Viemos para dar apoio a um ato pelo direito à liberdade de expressão para manifestar a nossa indignação contra o STF por usurpar um poder que é do Legislativo. A Constituição precisa ser cumprida", disse Lis Macedo, de 28 anos.
Lá, eles mantinham a bandeira do Brasil sobre os ombros, usavam camisas com críticas direcionadas ao STF e também tinham cartazes que eram erguidos na frente das câmeras dos canais de televisão. Um desses ataques quase acabou em agressão. Na quinta-feira (18), no início da noite, com a transferência de Silveira para o Batalhão Especial Prisional da PM, em Niterói, dois apoiadores adentraram em uma sala de imprensa com um cartaz, no momento em que uma emissora de TV faria uma entrada ao vivo.
Quando foi comunicado sobre sua ação, um deles elevou o tom de voz e aos gritos, partiu para cima de um jornalista que se encontrava sentado na mesa, sendo contido por outros repórteres. “Você é o quê, irmão? Qual é a sua, vacilão? Fica em casa, otário!”, disse um dos apoiadores que invadiu a sala.
"Sala de imprensa e as pessoas ficam entrando aqui", ponderou outro repórter. Aos berros, o apoiador rebateu: "Eu sou imprensa, irmão! E aí? Qual é o problema? Você pode fazer o seu trabalho e eu não posso?", disse sem apresentar um documento que comprovasse que ele era membro da imprensa .
Após ato, o apoiador foi retido do local. "Mesmo não tendo ocorrido qualquer tipo de agressão física, os policiais responsáveis pelo controle do local retiraram aqueles que estavam mais exaltados, garantido a segurança de todos", afirmou a PF, em nota.