Muitos palavrões! Relembre 6 vezes que Bolsonaro soltou o verbo em declarações
Presidente tem histórico de ofensas e xingamentos a jornalistas e, também, a apoiadores
O presidente Jair Bolsonaro
(sem partido) é bastante conhecido por ter um temperamento explosivo
e não medir palavras para ofender quando fica irritado ou se sente pressionado por interlocutores. O último episódio foi nesta quarta-feira (27), quando ele não economizou ao comentar o gasto de 15 milhões em leite condensado
pelo governo federal. "[inaudível] leite condensado? Vai para p*** que p***. É para enviar no rabo de vocês da imprensa", esbravejou Bolsonaro
.
A fala do presidente ocorre após o valor - gasto pelo produto em 2020 - viralizar nas redes sociais, embora nada indique ainda que haja alguma irregularidade nas compras. A informação é de uma reportagem do portal Metrópoles, que também mostrou que órgãos do Executivo gastaram mais de R$ 1,8 bilhão em alimentos, um aumento de 20% em relação a 2019.
Relembre outras vezes que Bolsonaro não conseguiu se conter e soltou o verbo:
Reunião ministerial de 22 de abril de 2020
Na reunião ministerial de 22 de abril do ano passado, Bolsonaro
soltou palavrões em 29 oportunidades. Na ocasião, o presidente se encontrou com ministros para falar sobre as acusações de que ele estaria interferindo na Polícia Federal (PF). As imagens foram divulgadas por ordem do então ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello.
Para se referir a prefeitos e governadores e suas ações de isolamento social, Bolsonaro recorreu sete vezes à expressão "bosta" e falou "merda" e "putaria" quatro vezes cada uma. Foi o palavrão "porra", no entanto, que Bolsonaro usou mais vezes. Só este foram oito vezes.
"Tem que se preocupar com a questão política, e a quem de direito, tira a cabeça da toca, porra! Não é só ficar dentro da toca o tempo todo não!", reclamou o presidente ao cobrar seus subordinados por mais atitude.
Ameaça ao STF
Em uma das oportunidades em que ameaçou o STF, Bolsonaro comentava uma operação da PF que teve como alvos empresários e blogueiros apoiadores do governo. A força-tarefa, que foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes e cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a essas pessoas, deixou o presidente revoltado.
Em frente da residência oficial do Palácio da Alvorada, Bolsonaro criticou fortemente a operação. Em um dos momentos de sua fala, disse que "as coisas têm um limite". Sem citar nomes, usou um palavrão para dizer que não vai mais admitir "atitude de certas pessoas, individuais".
"Acabou, porra! Me desculpem o desabafo. Acabou! Não dá para admitir mais atitudes de certas pessoas individuais, tomando de forma quase que pessoal certas ações", desabafou.
Suposta ligação com o assassinato de Marielle Franco
Em 2019, a TV Globo divulgou conversas lançaram luz sob a suspeita de que Bolsonaro estaria ligado com o assassinato da ex-vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes. Após divulgação de conversas do porteiro do condomínio Vivendas da Barra, onde o presidente mora, Bolsonaro fez uma transmissão ao vivo nas redes sociais onde apareceu exaltado.
A live foi feita ainda de madrugada, direto da Arábia Saudita, onde ele estava em visita oficial. Visivelmente irritado, o presidente ofendeu a emissora e disse que não perseguiria a emissora, mas que só aprovaria a renovação de sua concessão se o processo estivesse "enxuto".
"Isso é uma patifaria, TV Globo! TV Globo, isso é uma patifaria! É uma canalhice o que vocês fazem. Uma ca-na-lhi-ce, TV Globo. Uma canalhice fazer uma matéria dessas em um horário nobre, colocando sob suspeição que eu poderia ter participado da execução da Marielle Franco, do PSOL", disse Bolsonaro aos gritos.
"Temos uma conversa em 2022. Eu tenho que estar morto até lá. Porque o processo de renovação da concessão não vai ser perseguição, nem pra vocês nem para TV ou rádio nenhuma, mas o processo tem que estar enxuto, tem que estar legal. Não vai ter jeitinho pra vocês nem pra ninguém", completou.
Xingamento a internauta durante live
Em uma de suas tradicionais lives de quinta-feira, sobrou até para um internauta que acompanhava a live do presidente. Enquanto falava, Bolsonaro pediu licença para fazer uma pausa e leu um dos comentários.
"Vejo aqui na minha página de Facebook: 'Bolsonaro nunca mais, você é corrupto'. Posso falar palavrão aqui? Puta que o pariu, não fode, porra! Desculpa a linguagem aí. Fala merda o tempo todo, não sabe o que acontece pô!", respondeu.
Ataques ao apresentador William Bonner
Em uma edição do Jornal Nacional , o apresentador William Bonner, interpretou uma das falas de Bolsonaro no qual ele chamou a imprensa de "sem-vergonha". "A imprensa sem-vergonha. Essa imprensa co… ca… sem-vergonha. A imprensa fez uma onda terrível aí. Pra imprensa, bom tava Lula, Dilma... gastando três bilhões por ano pra eles", repetiu Bonner enquanto a fala era exibida na tela.
A imitação irritou o presidente, que fez ataques ao jornalista. "William Bonner, sem-vergonha, vai ter seringa pra todo mundo. William Bonner, por que teu salário foi reduzido? Porque acabou a teta do governo. Vocês têm que criticar mesmo. Quase R$ 3 bilhões por ano para a imprensa e, em grande parte, pra vocês. Acabou a grana, William Bonner", disparou Bolsonaro.
Ofensa homofóbica
Em outra oportunidade, Bolsonaro foi questionado por um repórter do jornal O Globo sobre as suspeitas de prática de "rachadinha" no gabinete de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) quando ele ainda era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e se a esposa dele, a primeira-dama Michelle Bolsonaro, teria se beneficiado do esquema.
"Oh rapaz, pergunta para a tua mãe o comprovante que ela deu para o teu pai, tá certo?", respondeu o presidente. O mesmo jornalista, porém, insistiu em fazer perguntas, dessa vez sobre Fabrício Queiroz, que teria feito as movimentações no esquema de "rachadinas" de Flávio. "Você tem uma cara de homossexual terrível, nem por isso eu te acuso de ser homossexual. Se bem que não é crime ser homossexual", rebateu Bolsonaro.