Mourão sinaliza reforma ministerial com troca no Itamaraty
Vice-presidente disse, no entanto, que ' não tem bola de cristal' e não conversou com o presidente Jair Bolsonaro sobre o assunto
O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta quarta-feira (27), que o governo poderá realizar uma reforma ministerial após a eleição dos comandos da Câmara dos Deputados e do Senado, citando como uma possível troca o Ministério das Relações Exteriores. No entanto, Mourão ressalvou que não tem participado das discussões sobre o assunto. O novo desenho do primeiro escalão vem sendo debatido nos bastidores.
"Não tenho bola de cristal, nem esse assunto foi discutido comigo. Mas em um futuro próximo, depois da eleição dos novos presidentes das duas Casas do Congresso poderá ocorrer uma reorganização do governo para que seja acomodada uma nova composição política que emergir desse processo. Talvez com isso aí alguns ministros sejam trocados, entre eles, o próprio Ministério das Relações Exteriores", disse Mourão em entrevista à Radio Bandeirantes.
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, vem sendo criticado por episódios em negociações diplomáticas, como no caso da liberação de insumos para a produção da vacina contra Covid-19
. Há também pressão do Centrão, grupo cada vez mais próximo do presidente Jair Bolsonaro
, para mudança no primeiro escalão do governo.
Mourão também saiu em defesa dos gastos de R$ 1,8 bilhão do governo federal com alimentação no ano passado. Para ele, há desinformação já que o valor engloba inúmeros setores do governo. O assunto virou piada e causou revolta nas redes sociais. O que mais mobilizou os internautas foi o leite condensado , utilizado em uma das receitas favoritas de Bolsonaro: o pão com leite condensado.
"Está embutida alimentação com as Forças Armadas, órgãos policiais federal, sistema prisional federal e hospitais federais. É um gasto de alimentação geral, de todo o governo. Ah bom, tem R$ 15 milhões com leite condensado. Lógico, tem toda uma gama de entidades que fizeram essa compra. Não significa que o governo centralizadamente fez isso", afirmou Mourão.