Alcolumbre oferece cargos, e MDB reavalia candidatura à presidência do Senado

Movimentações fizeram com que o partido marcasse encontro nesta quarta para rediscutir o assunto, já que parte dos integrantes da bancada tem receio de ficar sem espaço para negociações após embate em plenário

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
Davi Alcolumbre (DEM-AP), atual presidente do Senado

BRASÍLIA — A poucos dias da eleição para o comando do Senado, o atual presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), procurou integrantes do MDB em busca de um acordo que favoreça o seu candidato na disputa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Em reunião feita ontem com o líder emedebista Eduardo Braga (AM), Alcolumbre chegou a sugerir como uma das possibilidades o partido adversário ocupar a vice-presidência nos próximos dois anos, desde que a sigla abra mão da candidatura de Simone Tebet (MS).

As movimentações fizeram com que o MDB marcasse um encontro de última hora nesta quarta-feira para rediscutir o assunto, já que parte dos integrantes da bancada tem receio de ficar sem espaço para negociações após um embate em plenário. A deliberação sobre a manutenção ou não da candidatura pode se estender até amanhã.

A avaliação de alguns emedebistas é de que Pacheco, que conta com o apoio de nove legendas, tem mais chances de vencer. Além disso, o MDB não conseguiu garantir unanimidade em torno da candidatura de Simone desde o início, o que prejudicou até mesmo alianças com outros partidos como o PSDB, que decidiu liberar a bancada. No momento, ela tem o apoio formal do Cidadania, Podemos e PSB.

Aliados de Simone garantem, em caráter reservado, que ela não está disposta a desistir da candidatura no momento e vai defender aos correligionários que o MDB terá espaço na Mesa e nas comissões mesmo diante de uma eventual derrota. Nos bastidores, a parlamentar argumenta que, por ter a maior bancada da Casa, com 15 senadores, o MDB será imprescindível para próximo presidente garantir governabilidade e terá que buscar um acordo posterior.


Apesar da resistência, Simone não está completamente irredutível. Ela admite a possibilidade de abrir mão da candidatura no dia da votação, na próxima segunda-feira. Na última disputa, o então candidato do MDB, Renan Calheiros (AL), também abriu mão no dia do pleito durante o processo em plenário.

Ontem, após Alcolumbre ter procurado Eduardo Braga, Simone ligou para o atual presidente do Senado para reforçar a sua candidatura. Ela relatou a pessoas próximas que ficou incomodada por não ter sido incluída na conversa.