Cidadania recebe relatório recomendando expulsão de deputado que assediou colega

Diretório Nacional do Cidadania será o responsável por julgar a expulsão de Fernando Cury, que assediou a deputada Isa Penna do PSOL

Foto: Agência Alesp/Divulgação
Fernando Cury é acusado de assédio contra a deputada Isa Penna, do PSOL


 A Executiva Nacional do partido Cidadania se reúne nesta quarta-feira para receber formalmente o relatório do Conselho de Ética da legenda que recomendou a expulsão do  deputado estadual Fernando Cury (SP), flagrado em imagens apalpando o seio da colega Isa Penna (PSOL) no plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo.

O parecer pela expulsão foi deliberado no último domingo (10). Após receber o documento, caberá à Executiva convocar o Diretório Nacional do Cidadania para que decida que postura adotar em relação ao caso. O Diretório Nacional é a instância mais ampla do partido, com 112 integrantes. O grupo poderá acatar a sugestão do conselho, sugerir outra forma de punição ou mesmo decidir pela inocência de Cury.

Ao relatar o caso no Conselho de Ética, a relatora Mariete de Paiva Souza escreveu que o ocorrido é " grave e insolente , não nos permite outra interpretação que não a de estarmos diante de um acontecimento desrespeitoso e afrontoso, que deve ser combatido".

Para a relatora, "as imagens do plenário por si conferem clareza ao acontecimento , com nitidez, câmeras flagraram um comportamento descabido, rasteiro e incongruente por parte do deputado Fernando Cury". O parlamentar já está formalmente afastado de funções no partido desde 18 de dezembro.

Cury nega ter assediado Penna e entende não ter violado o decoro parlamentar. Após a divulgação da decisão do conselho, ele divulgou nota informando não ter dúvidas "de estar sendo submetido a um julgamento ilegal, sumário e de exceção, que viola o Código de Ética do próprio partido e a Constituição Federal."

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa de São Paulo também deve analisar um pedido de cassação do parlamentar, mas apenas a partir de fevereiro, após o fim do recesso parlamentar. A presidente do Conselho, a deputada Maria Lucia Amary (PSDB) aventou a possibilidade de deliberar sobre o caso nas férias, mas o plano não foi adiante.


Para antecipar o debate, integrantes do conselho precisariam apresentar ao presidente da Casa um requerimento assinado por no mínimo 48 parlamentares , solicitando uma sessão extraordinária com todos os deputados da Casa. De acordo com a assessoria da Alesp, até a noite desta segunda-feira, tal pedido não havia sido formulado.