Bolsonaro tira foto com empresário acusado de lavar dinheiro para André do Rap
Episódio aconteceu durante uma partida de futebol beneficente em Santos (SP)
No último dia 28, o presidente Jair Bolsonaro e o empresário Fredy da Silva Gonçalves Bento posaram juntos para uma foto durante uma partida de futebol beneficente . Fredy é investigado pela Polícia Civil suspeito de lavar dinheiro para o traficante André do Rap, integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital) . As informações foram dadas pelo jornalista Josmar Jozino, do UOL .
Apesar de ter jogado no time azul, o nome de Fredy não constava na lista de escalação. Bolsonaro estava na equipe branca. O evento tinha como objetivo arrecadar alimentos e brinquedos para famílias carentes da região da baixada santista .
Em nota, o Gabinete Institucional de Segurança (GSI) do governo federal afirmou que, além do evento não ter sido organizado pela Presidência da República, o gabinete não é responsável pela agenda do presidente e nem tem poder de polícia.
O GSI informou que o presidente foi convidado para o evento, prestigiou o jogo de futebol e foi objeto das medidas e protocolos de segurança previstos para garantir a sua integridade.
Policiais civis disseram que, antes da partida, o presidente Bolsonaro nunca havia tido contato com Fredy e não sabia que o empresário é investigado sob suspeita de lavagem de dinheiro .
Entenda a investigação
Fredy começou a ser investigado por lavagem de dinheiro em junho de 2019, depois que a polícia prendeu um homem por tráfico de drogas e apreendeu 14 celulares. Através dos aparelhos, foram encontrados os contatos de Fredy e de outros acusados de envolvimento com o PCC .
Com autorização judicial, as ligações telefônicas dos suspeitos foram interceptadas e a Polícia Civil abriu um inquérito para apurar a participação de Fredy na lavagem de dinheiro para André do Rap . O processo está sob segredo de Justiça.
O empresário foi ouvido pela polícia em 24 de junho de 2019 e negou ter cometido o crime de lavagem de dinheiro ou conhecer André do Rap . Ele disse que foi policial militar por dois meses e depois começou a vender roupas e adquiriu lojas.
A Polícia Civil suspeita que o dinheiro resultante do tráfico de drogas para a Bélgica, Portugal, Itália e África, feito através do porto de Santos, seja encaminhado para Fredy por meio de imóveis, restaurantes, lojas de carros e de roupas, salões de beleza e boxes em camelódromos na Baixada Santista .