PF vai ouvir ex-assessor de Rodrigo Maia acusado de operar caixa dois
O procurador-geral da República, Augusto Aras, afirma que há indícios do pagamento de "vultosos valores em espécie” a representantes do parlamentar
A Polícia Federal (PF) irá tomar os depoimentos de um ex-assessor de Rodrigo Maia (DEM-RJ) e de outros emissários acusados de operar o recebimento de recursos via caixa dois em nome do presidente da Câmara. As informações foram dadas pelo jornal O Globo .
As acusações foram feitas por delatores da empreiteira OAS. O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou as diligências após um pedido de Augusto Aras , procurador-geral da República.
A PF também deve ouvir ex-diretores da OAS que possam ter informações sobre os supostos pagamentos realizados a Rodrigo Maia .
Aras foi o responsável por reabrir a investigação contra o parlamentar. A suspeita é de que Maia tenha recebido pagamentos da OAS entre 2012 e 2014 no valor de pelo menos R$ 1 milhão. Em troca, o presidente da Câmara atuaria de maneira favorável à empreiteira em matérias em tramitação no Congresso.
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O procurador-geral da República afirmou, em manifestação, que há indícios do pagamento de "vultosos valores em espécie” a representantes de Maia.
“Tais atos envolviam o pagamento de vantagens ilícitas ao citado deputado, feitas não apenas por meio de doações eleitorais oficiais, mas também mediante pagamentos de vultosos valores em espécie a seus prepostos”, escreveu Aras a Fachin, mencionando as diligências necessárias a serem feitas contra o presidente da Câmara .
Rodrigo Maia afirmou que “tem certeza que [o inquérito] será arquivado novamente”. O parlamentar também disse que “confia na isenção do procurador-geral da República”.
Serão ouvidos os depoimentos de pessoas que, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), seriam ligadas a Maia. Entre elas, estão o ex-assessor parlamentar Sidney Medeiros Falcão, o marqueteiro Fabiano Ribeiro, da Propeg, e o irmão Leonardo Ribeiro.
Além disso, serão ouvidos o ex-presidente da OAS , Léo Pinheiro, e os ex-diretores José Ricardo Breghirolli e Reginaldo Assunção.