Bolsonaro diz que busca "fazer a coisa certa" e que "o Brasil está mudando"
Presidente participou de cerimônia no Complexo Naval de Itaguaí, da Marinha, e deve passar a noite no Rio
O presidente Jair Bolsonaro declarou nesta sexta-feira (11), durante evento em Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio, "buscar fazer a coisa certa" e "esperar a verdade", embora não sejam "coisas fáceis". Ele definiu a si mesmo, no entanto, como "persistente". No evento, que marcou o lançamento do submarino Humaitá, da Marinha, Bolsonaro leu um breve discurso de encerramento e saiu sem falar com a imprensa. Ele passa o dia no Rio.
"Buscar fazer a coisa certa , ser patriota, defender a democracia e a liberdade e esperar a verdade não são coisas fáceis, mas somos persistentes. O Brasil tem um presidente cristão, que respeita seus militares e deve lealdade absoluta a seu povo", disse Bolsonaro.
"O Brasil está mudando. Nós venceremos", complementou.
O presidente estava acompanhado pelo governador do Rio, Cláudio Castro, e pelos ministros Fernando Azevedo e Silva (Defesa), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e da Ciência e Tecnologia (Marcos Pontes).
Bolsonaro deve passar a noite no Rio de Janeiro e participará, na manhã de sábado, de nova cerimônia militar. A previsão, segundo assessores do presidente, é que Bolsonaro faça uma passagem na tarde desta sexta em sua residência em Angra dos Reis e depois passe o restante do dia no Forte de São João, na Urca, Zona Sul do Rio.
O presidente não comentou a revelação, feita na edição desta semana da revista Época, de que a Abin (Agência Brasileira de Inteligência), órgão vinculado ao GSI, produziu pelo menos dois relatórios de orientação para que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) obtivesse a anulação de documentos usados na investigação do caso Queiroz.
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Em agosto, Flávio teve uma reunião com o diretor da Abin , Alexandre Ramagem, e com o ministro Augusto Heleno para tratar de um suposto escrutínio ilegal de seus dados feito por funcionários da Receita Federal.
Os documentos, segundo a reportagem da revista Época, foram enviados pela Abin aos advogados de Flávio em setembro, o que contraria versão dada anteriormente pelo chefe do GSI, que havia negado qualquer intervenção do governo no caso das "rachadinhas" após o senador fazer esta denúncia.
Um auditor da Receita citado por Flávio, Christiano Paes Leme Botelho, foi exonerado do cargo de chefe do Escritório da Corregedoria do Rio na semana passada. Além de Botelho, outros servidores da Receita foram citados nos relatórios de recomendação da Abin como possíveis alvos de medidas do governo.
Segunda unidade do ProSub
Bolsonaro participou, no Complexo Naval de Itaguaí (CNI), do lançamento do submarino Humaitá (S41), o segundo de cinco unidades desenvolvidas pela Marinha dentro do ProSub. O programa, lançado em 2008, prevê o investimento de R$ 37,1 bilhões em quatro embarcações de propulsão tradicional (com motores diesel-elétricos) e uma quinta de propulsão nuclear. A previsão de entrega deste último é para 2031.
Os submarinos, pertencentes à classe francesa Scorpene, contam com adaptações para navegação brasileira. Todas as unidades contam com torpedos de alta precisão, minas e mísseis SM 39 Exocet. A Marinha já investiu R$ 20,8 bilhões no programa. O submarino Humaitá foi batizado por Adelaide Azevedo e Silva, mulher do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva.
O primeiro submarino do ProSub, batizado Riachuelo, foi lançado em outubro do ano passado e tinha o início de suas operações marcado para esta sexta-feira, mas teve sua fase de testes alongada além do previsto. Nesta sexta, também houve a integração dos módulos do terceiro submarino do programa, o Tonelero. O quarto submarino, o Angostura, segue em etapa de montagem - segundo a Marinha, a previsão é de que a embarcação inicie os testes de mar até o segundo semestre de 2023.
Já o quinto submarino do programa, o Álvaro Alberto, que deve ser o primeiro do Brasil com propulsão nuclear e consumirá cerca de um terço do investimento total de R$ 37,1 bilhões do ProSub, segundo a Marinha, ainda depende do desenvolvimento e teste de seus componentes atômicos no Laboratório de Geração Nucleoelétrica (Labgene) em Iperó (SP), que ainda não foi finalizado.