Maia critica decreto de armas de Bolsonaro e fala em "falta de prioridade"
Presidente publicou decreto nesta quarta-feira (9) que zera impostos para a importação de revólveres e pistolas
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), criticou nesta quarta-feira (9) o decreto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que zera impostos para a importação de armas de fogo. A declaração foi dada após o Ministério da Economia anunciar que zerou a alíquota do imposto para importação de revólveres e pistolas já a partir de 1º de janeiro de 2021.
O deputado falou em "falta de prioridade" em meio a incertezas em relação à imunização durante a pandemia da Covid-19 , doença causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2).
"No dia em que estamos debatendo a polêmica da vacina e como a compra das doses será resolvida, o governo vai e isenta a importação de armas", disse o presidente da Câmara em entrevista coletiva.
"Nos deixa perplexos a falta de prioridade e sensibilidade do governo. As pessoas estão perdendo as vidas, o número de infectados aumentando, hospitais sem leitos de UTI e nós vemos isenção para importação de arma", completou Maia.
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Na última terça-feira (1), o governo chegou a apresentar um plano de vacinação contra a Covid-19, mas ficaram pendentes quantas e quais vacinas seriam utilizadas no combate à doença.
Na versão preliminar do plano, dividido em quatro etapas de vacinação, o governo federal prevê uma campanha com 109,5 milhões de doses da vacina. Profissionais da saúde, idosos, indígenas, professores, forças de segurança e presos seriam os grupos prioritários.
Segundo Maia, o Congresso deve votar amanhã um projeto sobre a vacina. "Nós vamos enfrentar esse tema, esperamos que o governo possa ter convergência".
Em entrevista à CNN Brasil , o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, afirmou que a vacinação emergencial contra a Covid-19 pode começar ainda em dezembro com doses da vacina da Pfizer produzida em conjunto com a BioNTech. No entanto, o ministro elencou uma série de condições improváveis para que isso aconteça, o que torna remota a possibilidade de imunização ainda em 2020.