Às vésperas das eleições municipais deste ano, que serão realizadas em todos os municípios brasileiros no próximo domingo (15) , apenas 95 cidades, aquelas com mais de 200 mil eleitores, poderão decidir quem será seu novo prefeito em um eventual segundo turno. Neste ano, algumas das principais capitais do país vivem uma tendência de viradas e cenários imprevistos .
Na cidade de São Paulo , até o início do mês de outubro, o cenário que se desenhava era que a disputa para decidir os rumos da capital paulista ficaria entre o atual prefeito Bruno Covas (PSDB), atualmente com 32% das inteções de voto, e o deputado federal Celso Russomano (Republicanos), com 12% - que liderou boa parte do tempo a corrida pela prefeitura.
No entanto, Guilherme Boulos (PSOL) e Márcio França (PSB) cresceram nas últimas pesquisas e estão garantindo a menos de uma semana da eleição um cenário de dúvidas sobre quem irá para o segundo turno com o atual prefeito Bruno Covas (PSDB). O candidato do PSOL e do PSB etão com respectivamente 13% e 10% das intenções de voto.
No Rio de Janeiro , o atual prefeito Marcelo Crivela (Republicanos) periga não ir para o segundo turno após empatar tecnicamente com a candidata Delegada Marta Rocha (PDT), segundo informações da pesquisa Ibope. Os candidatos têm respecivamente 15% e 13% das intenções de voto.
Essa tendência de viradas na última hora acontece também em Palmas , capital de Tocantins. O candidato do PSB Tiago Andrino saiu do terceiro lugar, ultrapassou Cinthia Ribeiro (PSDB) e agora lidera as intenções de voto por 25% a 24%. Os dados são do Instituto AVOX/ Jornal O Coletivo, que divulgou sua quarta rodada de pesquisa nesta quarta-feira. Vale lembrar que na pesquisa do Ibope divulgada em 22 de outubro, Cinthia Ribeiro tinha 26%, contra apenas 7% de Tiago Andrino.
A deputada estadual Vanda Monteiro (PSL), com 12%, está em terceiro lugar.
A pesquisa foi realizada entre 7 a 9 de novembro de 2020 e está registrada no Tribunal Regional Eleitoral com o número TO-00776/2020. Ao todo foram entrevistados 800 eleitores e a margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Márcio Juliboni é mestre em ciência política pela USP (Universidade de São Paulo) e elenca os principais motivos que levam candidatos com pouco tempo de exposição nas mídias convencionais a virarem os votos.
"Viradas acontecem por alguns fatores, os principais são escândalos e denúncias de última hora. Sejam elas falsas ou verdadeira, o eleitor acaba abandonando esse candidato na última hora. Outro fator são os erros cometidos pelo próprio candidato, como declarações polêmicas”, diz.