Menos de 1% dos candidatos concentram 80% dos fundos públicos de campanha

De acordo com dados das prestações de contas parciais das eleições, pouco mais de 50 mil concorrentes receberam de seus partidos verbas para bancar suas campanhas

Menos de 1% dos candidatos concentram 80% dos fundos públicos de campanha
Foto: Alex Mesmer
Menos de 1% dos candidatos concentram 80% dos fundos públicos de campanha

Faltando três semanas para o primeiro turno das eleições municipais, que está marcada para o dia 15 de novembro, os  fundos eleitoral e partidário têm sido direcionados até agora, em sua maior parte, para apenas uma pequena parcela dos cerca de 550 mil candidatos a prefeito e vereador, apenas 0,8% do total, segundo dados das prestações de contas parciais das eleições, divulgados neste domingo (25).

80% do valor total liberado - R$ 646 milhões de R$ 807 milhões - foram para cerca de 4.600 candidatos, o que representa 0,8% do total. O campeão de recebimento de recursos até o momento é o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), que tenta reeleição, com R$ 7,8 milhões declarados.

Desse montante, R$ 5 milhões foram alocados pelo próprio PSDB. O restante foi de legandas aliadas do PSDB, como o Podemos, que deu R$ 2 milhões, e o MDB, com R$ 700 mil, além do PP, com R$ 117 mil.

Logo atrás, no ranking nacional, aparece o candidato à Prefeitura de Salvador, Bruno Reis. Ele recebeu R$ 7,7 milhões, sendo R$ 3,5 milhões do DEM e os demais valores das cotas do Fundo Eleitoral de quatro partidos coligados - R$ 2,7 milhões do PL, R$ 630 mil do PSL, R$ 500 mil do PDT e R$ 350 mil do Republicanos.

Entre os vereadores, os maiores valores também vem do DEM. Os campeões em recebimento de verba são Milton Leite (DEM) e Abou Anni Filho (PSL), que disputam vaga na Câmara de São Paulo. O primeiro recebeu R$ 2,2 milhões do partido e o segundo, R$ 2 milhões.

Entre o maiores partidos, os campeões em concentração até agora são DEM, MDB e PSDB, siglas que estão entre as que mais lançaram candidatos no país.

Desde que o Congresso proibiu o financiamento empresarial das campanhas, em 2015, a maior parte do dinheiro para bancar as candidaturas sai dos cofres públicos. Para essa disputa, são R$ 2,035 bilhões do fundo eleitoral e R$ 959 milhões do partidário, embora esse último não seja aplicado somente em eleições.