Oposição ameaça pedir impeachment de Bolsonaro se ele barrar vacina da Covid-19

Presidente fez o Ministério da Saúde voltar atrás na intenção do governo federal de comprar doses da vacina do Instituto Butantan

Bolsonaro ordenou que Pazuello voltasse atrás na intenção de compra de vacina da Covid-19
Foto: Marcos Corrêa/PR
Bolsonaro ordenou que Pazuello voltasse atrás na intenção de compra de vacina da Covid-19

O Cidadania ameaçou entrar com um processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se ele barrar a compra, por parte do governo federal, de uma vacina contra a Covid-19 , doença causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2).

A estratégia do partido está sendo avaliada por lideranças da legenda, mas ainda depende de quais serão os próximos passos do Palácio do Planalto . O assunto chegou à pauta após Bolsonaro ter desautorizado o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello , da intenção de compra do imunizante da farmacêtica chinesa Sinovac Biotech, desenvolvida em parceria com o Instituto Butantan.

A intenção de compra de doses havia sido anunciada pelo Ministério da Saúde na terça-feira (20). O presidente, porém, se incomodou com o destaque recebido pelo governador João Doria (PSDB) no episódio e avaliou que Pazuello se precipitou e permitiu que o tucano capitalizasse as negociações.

A nacionalidade e o domicílio eleitoral da vacina deram fôlego à ala ideológica do governo, que atacou a iniciativa tomada com aval dos militares.

Você viu?

Se for comprovado que realmente a vacina pode imunizar a população do novo coronavírus, uma atitude de Bolsonaro para barrar o financiamento poderia ser enquadrada como crime de responsabilidade ou até mesmo crime comum, de acordo com o presidente do Cidadania, Roberto Freire.

Um processo de impeachment precisa passar pelo crivo do Congresso e, inicialmente, depende de uma decisão do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que, até o momento, rejeita autorizar uma denúncia. 

Na quarta-feira (21), a Rede Sustentabilidade protocolou ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para obrigar Bolsonaro a assinar protocolo de intenções para a aquisição de 46 milhões de doses da vacina Coronavac. 

Na avaliação do partido, Bolsonaro agiu violando o direito à vida e à saúde, com o objetivo de "privar a população brasileira de uma possibilidade de prevenção da covid-19 por puro preconceito ideológico ou, até pior, por motivações estritamente políticas".