Embaixador da China reage a declarações de Bolsonaro sobre vacina
O embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, usou as redes sociais para ressaltar os investimentos bilionários de empresas chinesas no Brasil
Por iG Último Segundo |
O embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, ressaltou, nesta quarta-feira (21), os investimentos bilionários de empresas chinesas no Brasil. A postagem foi feita após declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que, contradizendo o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que o governo federal não vai comprar a vacina 'CoronaVac', desenvolvida pela farmacêutica chinesa 'Sinovac', em parceria com o Instituto Butantan.
“Nos últimos 2 anos, empresas chinesas investiram no Brasil mais de US$ 15 bilhões em agricultura, nova energia, telecomunicação, eletricidade, petróleo, infraestrutura, logística etc., com mais US$ 5 bilhões de novos investimentos já acordados. O total investido no país já superou US$ 80 bilhões e chegará em US$ 109 bilhões em 3 a 5 anos. As empresas chinesas no Brasil criaram mais de 50 mil empregos diretos”, afirmou o embaixador Wanming pelo Twitter.
As empresas chinesas no Brasil criaram mais de 50 mil empregos diretos.
— Yang Wanming (@WanmingYang) October 21, 2020
A polêmica envolvendo os governos se deu por conta do atrito criado após as delcarações do presidente que foram contra o que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, havia dito sobre a compra das vacinas.
Bolsonaro declarou que “o povo não será cobaia de ninguém”. Ele argumentou que não justifica “um bilionário aporte financeiro num medicamento que sequer ultrapassou sua fase de testagem”.
As afirmações do presidente se somam à repercussões negativas geradas por negociações entre os Estados Unidos e Brasil realizadas na terça-feira (20). O governo americano sinalizou que está disposto a investir para que operadoras de telecomunicações no país não comprem equipamentos de empresas chinesas.
O governo federal estuda se irá banir a chinesa Huawei de fornecer equipamentos para a rede 5G, cujo leilão entre as operadoras deve ocorrer em 2021.