Em primeiro debate na TV, Russomanno vira alvo; Covas defende legado da gestão
Candidato de Jair Bolsonaro está em primeiro lugar nas pesquisas e foi o mais atacado. Atual prefeito apostou em foco nas entregas do mandato
Por iG Último Segundo |
O primeiro debate das eleições municipais de 2020 para a Prefeitura de São Paulo realizado na noite desta quinta-feira (1º) pela Band teve o candidato Celso Russomanno (Republicanos) como o principal alvo de questionamentos. O prefeito Bruno Covas
, que busca a reeleição pelo PSDB, teve como foco a defesa das entregas em sua gestão e fez críticas ao que encontrou ao chegar à Prefeitura em 2016, como vice de João Doria
, após gestões petistas.
Líder nas pesquisas de intenções de voto realizadas até agora, Russomanno citou várias vezes o auxílio emergencial paulistano que pretende criar caso seja eleito. A ideia é que o projeto tenha os mesmos moldes que o auxílio emergencial criado pelo governo federal, que tem o objetivo de socorrer as pessoas mais afetadas pela pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2).
O candidato ainda destacou que é o único entre os pleiteantes que tem boas relações com o Planalto, o que, segundo ele, poderia fazer com que fosse possível renegociar a dívida do município com o governo federal. "Assim vai sobrar dinheiro para nós investirmos nas pessoas que mais precisam e também poderemos receber um dinheiro que pode chegar do presidente Bolsonaro", afirmou Russomanno em uma das oportunidades.
Na troca de perguntas que teve Guilherme Boulos , candidato do PSOL , Russomanno foi questionado se não tinha vergonha de citar várias vezes Bolsonaro em seu discurso. Para o socialista, a aproximação começou a "pegar mal" e parecer que o republicano queria "puxar saco" do presidente. "Você fala que cuida das pessoas, mas o que você faz é humilhar caixa de supermercado para ter audiência", completou Boulos.
"Você precisa entender o que eu faço com as pessoas. Naquela ocasião eu estava defendendo uma criança de oito anos no seu direito de consumidor. Você não tem olhar para as pessoas de baixa renda", respondeu Russomanno.
Em suas falas, o tucano Bruno Covas destacou o combate que a Prefeitura tem feito à Covid-19, citando ações que foram amparadas nas orientações de especialistas da área da Saúde e na ciência. O atual prefeito também apontou feitos de sua gestão, como a regularização de construções em áreas periféricas, e ainda chamou atenção para o ajuste nas contas durante seu mandato.
"Nós encontramos uma gestão quebrada, arrumamos a casa e reduzimos o tamanho da máquina pública", disse Covas. Houve, inclusive uma citação à ex-presidente Dilma Rousseff em dos embates que o prefeito teve com Jilmar Tatto , candidato do PT nas eleições em São Paulo. "O que o PT sabe fazer é dar cargo para a companheirada. Imagina se o PT é eleito e dá um carguinho para Dilma Rousseff na Prefeitura", afirmou.
Você viu?
O candidato Márcio França (PSB), que sempre teve seu discurso duro contra o governador João Doria, teve desempenho tímido durante o debate. Em alguns momentos ele chegou a concordar, inclusive, com Boulos e Andrea Matarazzo, candidato do PSD.
Dois desses momentos foram, por exemplo, quando foram citadas a realização de obras em calçadas que estariam atrapalhando pedestres em várias regiões da cidade e a revitalização do Vale do Anhangabaú, que recebeu a instalação de fontes luminosas na gestão de Bruno Covas.
Nanicos debateram mais entre si
Candidatos como Joice Hasselmann (PSL), Filipe Sabará (Novo), Marina Helou (Rede), Arthur do Val (Patriota) e Orlando Silva (PCdoB) tiveram participações menores, concentrando muitas de suas perguntas entre eles mesmos. Joice e Marina foram as que menos responderam a questionamentos.
"Vocês puderam perceber que fizeram poucas perguntas para mim no bloco de perguntas entre os candidatos. Não têm coragem de debater", afirmou Joice em suas considerações finais.
Medidas sanitárias
O debate foi realizado sem a presença de plateia e o uso de máscara foi obrigatório o tempo todo. O único momento que elas podiam ser retiradas era no momento que cada candidato ia falar.
Com púlpitos um ao lado do outro, os candidatos tinham um espaço reservado para guardar máscaras que não estavam sendo utilizadas e um frasco de álcool em gel para higienização das mãos.
Cada candidato teve o direito de levar dois assessores, mesmo assim nenhum deles teve a permissão de entrar no estúdio com o objetivo de evitar aglomerações. Por isso, foi permitido que os candidatos usassem o celular para se comunicar com eles.