Bolsonaro diz que imprensa quis causar pânico na população com novo coronavírus
Presidente afirmou que órgãos de imprensa “politizaram” situação da pandemia no Brasil por meio de slogans pedindo para que as pessoas ficassem em casa
Por iG Último Segundo |
O presidente Jair Bolsonaro afirmou na manhã desta terça-feira (22) em discurso na 75ª edição da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que a imprensa brasileira politizou o novo coronavírus (Sars-Cov-2) e causou pânico na população.
De forma virtual, o presidente fez um discurso de cerca de 15 minutos que foi gravado anteriormente e transmitido ao vivo em Nova York.
“Sob o lema ‘fique em casa’ e ‘a economia a gente resolve depois’ [eles] quase trouxeram o caos social ao país”, garantiu o presidente, que apontou o auxílio emergencial como uma medida econômica que “evitou o mal maior”. Segundo Bolsonaro, o valor somado das parcelas do auxílio chegariam a US$ 1 mil para 65 milhões de pessoas em necessidade.
O presidente lamentou as mortes causadas pela Covid-19 e lembrou, ainda, que as medidas de isolamento foram delegadas aos governadores e que “ao presidente coube envio de recursos e meios a todo o país”. Durante abertura do discurso, o presidente afirmou que alertou sobre o problema do desemprego “desde o princípio”.
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A crise causada pelo novo coronavírus foi lembrada durante a abertura do evento, em fala do Secretário-Geral da ONU, António Gutierres. “A pandemia atacou os mais vulneráveis e varreu o progresso de décadas”, disse o representante ao vivo diretamente de Nova York.
Ele disse, ainda, que solidariedade é esperada para aqueles países carentes que têm menos condições de lutar contra o vírus. Gutierres falou, ainda, sobre o combate de líderes populistas e nacionalistas à pandemia e disse que “o poder não é sempre associado com a liderança necessária”.
As ações de Bolsonaro para conter a pandemia do novo coronavírus foram questionadas por autoridades e marcadas por falas polêmicas, nas quais o presidente desencorajava o isolamento social em prol do desenvolvimento econômico do país.
Ao longo dos meses de pandemia, Bolsonaro participou de aglomerações e chegou a contrair o novo coronavírus, afirmando que tratou-se com hidroxicloroquina e chegando a fazer “propaganda” do remédio em transmissões ao vivo. Até o momento, o Brasil registrou mais de 130 mil mortes e mais de 4,5 milhões de pessoas infectadas.
Ainda nesta terça, líderes mundiais como Vladimir Putin e Donald Trump devem falar na assembleia. É esperado que outros líderes mundiais também falem sobre o controle da doença nos países.