Andrea Matarazzo diz que Minhocão pode virar “jardim suspenso da Cracolândia”
Candidato do PSD à prefeitura de São Paulo disse que é uma "bobajada" discutir o futuro do Minhocão enquanto as favelas precisam de saneamento
Por iG Último Segundo |
O empresário e candidato prefeitura de São Paulo, Andrea Matarazzo (PSD) disse em uma entrevista ao vivo ao portal iG com os elegíveis municipais de 2020 que discutir sobre o Parque Minhocão é uma "bobajada".
Matarazzo reforçou que a retirada dos jardins suspensos no Elevado Presidente João Goulart é reflexo de uma gestão de "moderninhos que não conhecem a cidade", se referindo a Bruno Covas (PSDB) e Fernando Haddad (PT).
"Isso tudo é uma bobajada para não discutir os problemas sérios da cidade", disse durante a entrevista. E complementou: "O cara que mora no Grajaú está preocupado ou sabe o que é o Minhocão ? Tudo bobagem". Matarazzo complementou a fala dizendo que São Paulo precisa, antes de tudo, "de saneamento e urbanizar favelas".
O candidato do PSD disse que a discussão sobre a retirada dos jardins suspensos é inútil. A retirada teve início na última quinta-feira (16) e custa mais de R$ 1 milhão aos cofres públicos, pagos pela Prefeitura.
"O problema do Minhocão não é em cima. É em baixo. Fazer o parque vai criar os jardins suspensos da Cracolândia", atestou.
Combate à Cracolândia e aumento da população de rua
A Cracolândia foi colocada pelo candidato como uma das suas "grandes obsessões" ao longo da sua vida política e que aprendeu com erros e acertos que cometeu durante a gestão dos problemas dessa pauta.
"Eu era xingado de tudo, de truculento", relembra, ao contar que se for necessário, é preciso retomar atividades feitas por ele enquanto subprefeito, ligadas ao fechamento de bares, ferros velhos e hotéis que possam manter ligação com o crime organizado.
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"Resolver o problema das drogas de São Paulo o prefeito não consegue. Mas evitar que um bairro fique refém do tráfico ele pode", disse.
O aumento significativo da população de rua ao longo dos últimos anos e acentuado pela pandemia também foi destacado ao longo da entrevista.
Um caminho apontado por Matarazzo para contornar o problema é a revisão da política de albergues na capital paulista, além da parceria com entidades privadas que possuem capilaridade no município, como as igrejas de diferentes denominações. Caso eleito, Matarazzo diz que pretende contar com o "Sistema S" para qualificar as pessoas em situação de rua resgatadas.
Questionado sobre os prédios abandonados no centro de São Paulo, Matarazzo disse que a ideia é fazer um retrofit, técnica de restauração arquitetônica, e vender os imóveis para os próprios ocupantes. "Fizemos com o Hotel São Paulo e foi um grande sucesso".
Críticas à Covas e oxigenação da política
"O iptu em São Paulo é um absurdo", disse o candidato do PSD, que afirmou ter entrado em contato com a prefeitura, mas foi acusado de estar pensando apenas nos Jardins, bairro nobre em que reside.
Em contrapartida, Matarazzo disse, ao vivo, que o prefeito Bruno Covas (PSDB) tem preconceito com alguns bairros de São Paulo, diferente dele, que disse não ter com qualquer região paulistana.
Sobre a relação com o governo estadual e com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Andrea Matarazzo disse que quem deseja ser prefeito tem que pensar em uma gestão suprapartidária. "O que não pode é ficar brincando de fazer política, usar a cadeira de prefeito para pensar na próxima eleição", disse.
Aliado ao Livres , Matarazzo disse que é preciso oxigenar a gestão municipal e, caso seja vença nas eleições, pretende agregar nomes da legenda. "Me aliei ao Livres porque é um grupo de gente moça, inteligente e preparado", finalizou.