Chefe de gabinete e assessor especial da Prefeitura faltam a depoimento
Hermes de Paula / Agência O Globo
Chefe de gabinete e assessor especial da Prefeitura faltam a depoimento

A chefe de gabinete do prefeito Marcelo Crivella, Margarett Rose Nunes Leite Cabral, e o secretário especial da Prefeitura do Rio, Ailton Cardoso da Silva, não prestaram depoimento nesta sexta-feira no inquérito que investiga os “Guardiões do Crivella”, um esquema montado com funcionários contratados pela Prefeitura do Rio para atacar jornalistas, pacientes e parentes que reclamam do péssimo atendimento da saúde no município do Rio.

A dupla, que é do alto escalão da Prefeitura, era esperada na Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco). No entanto, ambos faltaram. A defesa de Margarett afirmou que ela só vai prestar depoimento quando os advogados tiveram acesso à investigação.

A Polícia Civil quer saber se existia alguém na hierarquia da prefeitura acima do pastor Marcos Paulo de Oliveira Luciano, conhecido como ML, que é apontado como o chefe da organização criminosa intitulada “Guardiões”.

"Ninguém quer deixar de prestar esclarecimentos. Ela só não prestou depoimento porque não tive acesso aos autos", disse a advogada Isadora Mendes, que defende a chefe de gabinete de Crivella.

"Ela quer prestar esclarecimentos à Justiça. Mas isso só acontecerá após sabermos qual é a investigação. Ela de forma nenhuma quer obstruir (a investigação e o inquérito). Todo mundo quer contribuir com a Justiça da melhor forma", pontua Isadora.

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O EXTRA não conseguiu contato com a defesa de Ailton. Margarett, como chefe de gabinete, é considerada superior do Marcos Luciano, conhecido também como ML, que é um assessor especial lotado no gabinete do prefeito. Outra que deverá ser intimada a prestar esclarecimentos à polícia é Mariana Angélica Toledo Gonçalves, apontada como braço direito do pastor Marcos Luciano.

Segundo entrevista de testemunhas à TV Globo, as pessoas que participavam do grupo “Guardiões do Crivella” tinham medo das ameaças que Marcos Luciano e Mariana faziam. De acordo com elas, ameaças de demissões ocorriam com frequência, caso eles não cumprissem com o determinado, que era ficar na porta dos hospitais, mesmo no auge da pandemia.

A Polícia Civil ainda não sabe se dizer se existe uma participação efetiva de pessoas com foro especial no esquema criminoso. Segundo o delegado William Medeiros Pena Júnior, caso a investigação esbarre no prefeito Marcelo Crivella, o inquérito será enviado para a Coordenadoria de Investigação de Agentes com Foro (Ciaf), unidade da Polícia Civil que atua em parceria com Grupo de Atribuição Originária Criminal (Gaocrim) do Ministério Público do Rio.

No começo da tarde desta sexta, Marcelo Crivella defendeu Marcos Luciano e Margareth.

"O Marcos Luciano, que foi pastor comigo por muitos anos, foi levado coercitivamente (para prestar esclarecimentos). A intenção era no desespero ele dizer algo. Tenho uma chefe de gabinete há 20 anos. O que há contra ela? Todos que a conhecem têm admiração por ela. Qual é o crime que ela cometeu? É triste saber que um pequeno grupo do magistrado, de maneira desproporcional, dê essas decisões sobre pretextos frágeis", destacou.

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